Texto de Antonio Carlos Popinhaki
José Righes, apelidado carinhosamente pelos conterrâneos de “Né”, nasceu em Curitibanos, no dia 27 de maio de 1950. Seus pais se chamavam Jacques Righes e Irma Moschen Righes. Era formado, no ano de 1982, em Ciências Contábeis pela Universidade do Contestado — UnC, por essa razão, tinha múltiplos conhecimentos profissionais, desde práticas contábeis, de escritório, de departamento de pessoal, de tesouraria, de faturamento e de compras. Contribuiu para a aquisição do acervo cognitivo, os longos anos de trabalho na empresa S.A. Fósforos Gaboardi, local que lhe foi mais do que uma escola, pois lá se dedicou por 32 anos, até o dia do seu falecimento, ocorrido em 21 de maio de 2007, quando acidentou-se enquanto trabalhava. O seu último cargo na empresa foi o de Gerente de Suprimentos.
Casou com Célia Metz com quem teve uma filha e dois filhos, aos quais colocou os nomes de Jacques, Allan e Aline. José Righes foi sócio do clube de serviços Pinheiro Tênis Clube de Curitibanos. Era uma pessoa carismática, querido por todos os curitibanenses e também pelos moradores de São Cristóvão do Sul, cidade que trabalhou por longos anos e fez muitos amigos e amigas.
Em 1992, ingressou na política, candidatando-se a uma cadeira na Câmara Municipal de Vereadores de Curitibanos, e ficou como suplente, não conseguindo eleger-se. Todavia, esse pleito serviu-lhe de experiência, pois em 1996, candidatou-se pela coligação “Força Popular” (PMDB, PFL E PSDB), com o número 15609, conseguindo eleger-se, obtendo 1548 votos, a segunda maior votação da história de Curitibanos.
Na Câmara Municipal de Vereadores, José Righes foi atuante e decisivo em muitos momentos de embates políticos e partidários. Aquela era a gestão da prefeita Marilúcia da Silva Costa. Os vereadores promoveram verdadeiros shows com argumentações de toda natureza, uns a favor e outros, contra as indicações, os projetos de lei, principalmente aqueles oriundos do poder executivo. Atuando como vereador e trabalhando na empresa com sede em São Cristóvão do Sul, José Righes conseguia conciliar e ainda achar tempo para as festas da comunidade, família e reuniões com amigos, em bares da cidade, locais escolhidos para as tradicionais partidas de cartas.
Na ocasião em que foi vereador, nos anos de 1997 e 1998, foi presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, contribuindo para os pareceres dentro dos parâmetros constitucionais e legais. José Righes tinha a característica carismática, apesar de às vezes, mostrar-se enérgico, era uma excelente pessoa para se ter como amigo. Era muito requisitado para ajudar nas festas religiosas e filantrópicas, sempre auxiliando os velhinhos do asilo de Curitibanos, principalmente em tempos de frio, quando, juntamente com o seu patrão, o senhor Ulysses Gaboardi, conseguia angariar e distribuir os agasalhos. O patrão o considerava mais do que um profissional, era quase como um filho, por sua competência e honestidade, demonstrado ao longo dos anos de trabalho.
No ano 2000, numa eleição atípica, Generino Fontana e José Righes elegeram-se prefeito e vice, respectivamente. Aquela foi uma eleição polêmica, pois havia três chapas concorrendo, Generino Fontana (PMDB), Dr. Marlei Perdoncini (PSDB) e Aldo Dolberth (PT). O candidato mais forte dos três, segundo as pesquisas era o candidato do Partido dos Trabalhadores. Numa jogada de última hora, no dia anterior à votação, o candidato do PSDB, que era apoiado pelo deputado curitibanense Onofre Santo Agostini, desistiu da campanha, pedindo para os eleitores votarem em Generino Fontana. O mesmo ocorreu com o deputado, pedindo ao povo para desistir de votar em Marlei e direcionar seus votos para Generino. Dessa forma, Generino e “Né”, venceram aquela eleição com 9.290 votos contra 8.208 votos do Partido dos Trabalhadores.
Na prefeitura de Curitibanos, José Righes assumiu interinamente por algumas ocasiões, sempre em harmonia com o prefeito Generino, nunca deu nenhum motivo para que a amizade dos dois fosse abalada. A gestão de Generino e “Né” foi aquela em que a casa foi colocada em ordem. Com uma equipe de profissionais técnicos, sanearam as contas, refizeram os financiamentos e assumiram compromissos de pagar em dia os fornecedores. Deixaram a prefeitura com dinheiro em caixa, o que não era normal para os gestores de Curitibanos, quando entregavam a gestão para a oposição. Dessa forma, os gestores que os sucederam, aprenderam pelo exemplo.
No dia 21 de maio de 2007, uma segunda-feira chuvosa, para atender um compromisso às pressas, José Righês, a trabalho, sofreu trágico acidente automobilístico na BR-470, entre Curitibanos e o trevo com a BR-116. Aquele foi um dia triste para os curitibanenses que viam no nome de José Righes o mais forte para disputar as próximas eleições, pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro — PMDB. O então prefeito Wanderley Teodoro Agostini, através do Decreto Municipal n.º 3.546/2007, decretou “Luto Oficial no Município” pelo falecimento de tão importante curitibanense. O sentimento de perda foi enorme, tanto para a empresa que ele ajudou, com seu trabalho, a chegar num patamar de estabilidade e de grandeza, como na área política.
O governador do Estado de Santa Catarina, que também era do PMDB, Luiz Henrique da Silveira, veio para o velório e participou da missa de corpo presente. A igreja Matriz Imaculada Conceição ficou pequena para a quantidade de pessoas que queriam despedir-se de tão carismática pessoa. Após, no dia 4 de janeiro de 2012, o então governador do estado, Eduardo Pinho Moreira (também do PMDB), através da Lei Ordinária Estadual n.º 15.733/2012, denominou de “José Righes”, o Ginásio de Esportes da Escola de Educação Básica Solon Rosa, em Curitibanos.
No dia 11 de dezembro de 2015, através da Lei Ordinária Municipal n.º 5.656/2015, foi denominado de “Parque Industrial José Righes” a nova área Industrial do município de Curitibanos. No dia 18 de junho de 2020, o então prefeito de Curitibanos, através do Decreto Municipal n.º 5.347/2020, aprovou o loteamento “Parque Industrial José Righes”, localizado no terreno rural, no lugar chamado Taipinhas, em Curitibanos.
Referências para o texto:
Curitibanos — Decreto Municipal n.º 3.546/2007, decreta luto.
Curitibanos — Lei Ordinária Municipal n.º 5.656/2012, denomina parque industrial.
Curitibanos — Decreto Municipal n.º 5.347/2020, aprova loteamento.
Tribunal Regional Eleitoral — TRE-SC, Resultado das eleições do ano de 1992.
Tribunal Regional Eleitoral — TRE-SC, Resultado das eleições do ano de 1996.
Tribunal Regional Eleitoral — TRE-SC, Resultado das eleições do ano de 2000.
O Personagem. Jornal A Semana. Ano XVI, n.º 823, Curitibanos, 29 de maio a 4 de junho de 1999. p. 1.
Fotografia: Foto utilizada para campanha suas campanhas políticas.
Informações do arquivo da Prefeitura Municipal de Curitibanos.
Santa Catarina — Lei Ordinária Estadual n.º 15.733/2012, denomina Ginásio de Esportes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário