Texto de Antonio Carlos Popinhaki
(Atualizado em 30/setembro/2021)
Filho do comerciante e fazendeiro Faustino José da Costa, que se estabeleceu em Curitibanos no início do século XX, proveniente de São José. O registro de nascimento de lauro Antonio da Costa aponta os seguintes dizeres, respeitando a grafia original da época: “Aos dezenove dias, do mez de junho de mil novecentos e dezeceis, nesta Villa de Coritybanos, em meu cartório, compareceu o cidadão Alfredo Lemser, pessoa por mim conhecida e das testemunhas abaixo assignadas, perante as quaes por elle foi dito que, na Fazenda do Tenente-coronel Faustino José da Costa, no logar “denominado” Estacia Velha, no dia treze (13), do corrente mez e anno, as quatro horas da manha, nasceu uma criança do sexo masculino de nome — Lauro — filho legítimo do Tenente-coronel Faustino José da Costa e sua mulher Anna Alves da Costa; são seus avós paternos Antonio José da Costa e Maria Joaquina da Cotta; avós, digo, da Costa, ambos já fallecidos, naturaes deste Estado; avós maternos Gaspar da Silva Ribeiro também já fallecido, e Horacia Maria Alves, naturaes tambem deste Estado. Do que para constar, lavrei este termo, que lhe lí, e achou conforme e assigna o declarante com as testemunhas; do que dou fé. Eu, Hercílio Moreira da Silva, escrivão interino, o escrevi e assigno. Hercílio Moreira da Silva — Alfredo Lemser — Presciliano da F. Ramalho — João Evaristo da Conceição”.
Não se tem muitas informações da infância de Lauro, apenas que após adulto, no dia 26 de novembro de 1936, casou-se com Yolanda Vieira de Almeida, nascida no dia 6 de abril de 1917, em Curitibanos, filha do Tenente-coronel Graciliano Torquato de Almeida e de Francisca Vieira de Almeida. Portanto, Lauro tinha 20 anos e Yolanda, 19, na ocasião da cerimônia de casamento. Da união, nasceram seis filhos, quatro mulheres e dois homens, um deles, de nome Armando Costa, foi prefeito de Curitibanos na década de 1980.
Em 9 de maio de 1947, foi nomeado prefeito de Curitibanos, ocupando a cadeira do chefe do executivo por apenas dois meses, até o dia 15 de julho. Parece que a experiência lhe foi boa, pois em 31 de janeiro de 1951 assumiu definitivamente o cargo até o dia 31 de janeiro de 1956, dessa vez, como prefeito eleito. Conforme os escritos do pesquisador Juvenal Bráulio Bacelar, “a sua ação neste município é extensa e de grande valia”. Lauro Costa como ficou conhecido popularmente, de acordo com escritos encontrados da época, enfatizou o fomento da educação dos meninos, uma das suas preocupações. Também construiu estradas vicinais que ligaram as localidades e distritos do então território de Curitibanos.
De acordo com as informações da época, quando Lauro Costa assumiu o comando do município, havia apenas duas estradas no seu amplo território, uma que ligava a sede até a localidade de Liberata, e a outra, até o distrito de Ponte Alta do Norte, via Campo da Roça. Os demais caminhos, que se transformaram em estradas vicinais, eram considerados apenas “caminhos de penetração” às fontes de produção. Entre eles, estavam os que ligavam até o Núcleo Tritícola, Frei Rogério e Cabaçais do Sul.
O período que compreendeu esses primeiros anos da década de 1950 em Curitibanos foram marcantes. Repentinamente, começaram a se instalar no município, no perímetro urbano e no interior, inúmeras serrarias, consequentemente, iniciou-se de forma frenética e desenfreada, a extração de araucárias. Algumas pequenas localidades começaram a crescer e prosperar. As sedes de serrarias também ficaram caracterizadas pela construção de casas enfileiradas, que abrigavam as famílias dos funcionários. O prefeito Lauro Costa precisou designar um lugar para abrigar as pessoas que tinham menor poder aquisitivo e trabalhavam como operários ou empregados braçais. Esse lugar ficou conhecido posteriormente como “a rua dos pobres”. Hoje, é o bairro São José.
Outro problema sério que havia naqueles anos diz respeito à pecuária. Desde o início das primeiras ocupações na região, os produtores tinham enormes dificuldades com o gado na época do inverno. O gado era criado solto nos campos que possuíam pastagens nativas. No inverno, essas pastagens secavam e o alimento chegava a faltar aos rebanhos. Consequentemente, morriam centenas e milhares de cabeças de gado pela fome. O prefeito Lauro Costa trouxe a Curitibanos o professor de renome internacional, Dr. Pinheiro Machado para realizar conferências com os pecuaristas, mostrando aos mesmos, algumas variedades de capins (pastagens) resistentes aos rigores do inverno curitibanense. Ensinou eles a dividir as plantações dessas pastagens de inverno em pequenos cercados para a prática do rodízio, sistema que na época já era utilizado na Europa, mas que os pecuaristas curitibanenses não conheciam. Desde então, acabaram as mortes e os prejuízos dos pecuaristas devido ao frio. Começou então, em Curitibanos, a prática de plantio de forrageiras, como aveias e azevéns, nos meses que antecedem o inverno, para a alimentação do rebanho, quando as pastagens nativas estiverem secas.
Lauro Costa se preocupou também com a agricultura e a sua produção, atendendo constantemente as solicitações dos produtores rurais. Alguns problemas semelhantes aos da pecuária, eram enfrentados na agricultura. O prefeito buscou auxílio e trouxe novos conhecimentos, melhorando, dessa forma, a economia do município.
Também foi realizado na gestão de 1951 a 1956 calçamentos, abertura de ruas e a construção de um loteamento. Com o fazendeiro e ex-tropeiro Ivadi Coninck de Almeida, foi homologado o registro da raça equina “Cavalo Campeiro”. Lauro Antônio da Costa foi um dos fundadores da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Campeiro — ABRACCC. Ao encerrar a sua gestão, assumiu temporariamente a cadeira de chefe do executivo, Antônio Granemann de Souza.
Desde a década de 1950, Curitibanos começou a apresentar sinais de progresso e prosperidade, principalmente porque as atividades começaram a se diversificar e a obter sucesso através do conhecimento e da implantação de novas técnicas. Lauro Antônio da Costa faleceu em 11 de janeiro de 2008, com 91 anos.
Em sua homenagem, no dia 4 de junho de 2008, o então prefeito Wanderley Teodoro Agostini, através da lei Ordinária n.º 4249/2008, denominou o Aeroporto Municipal de Curitibanos de Aeroporto Lauro Antônio da Costa.
Referências para o texto:
BACELAR, Juvenal Bráulio. Faustino José da Costa. Escritos biográficos. Curitibanos, 1974. Acervo do Museu Histórico Antônio Granemann de Souza.
BACELAR, Juvenal Bráulio. Armando Costa. Escritos biográficos. Curitibanos, 1974. Acervo do Museu Histórico Antônio Granemann de Souza.
BACELAR, Juvenal Bráulio. Lauro Antônio da Costa. Escritos biográficos. Curitibanos, 2 de junho de 1974. Acervo do Museu Histórico Antônio Granemann de Souza.
Fotografia da galeria de gestores municipais da Prefeitura Municipal de Curitibanos.
Registro de nascimento de Lauro Antônio da Costa. Portal FamilySearch. On-line: Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-X3XQ-KCK?i=161&wc=MXY2-3WL%3A337701401%2C337701402%2C337812401&cc=2016197
Registro de casamento de Lauro Antônio da Costa e Yolanda Vieira Almeida. Portal FamilySearch. On-line: Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-6GG1-K2?i=158&wc=MXYG-DP8%3A337701401%2C337701402%2C338497901&cc=2016197
Lista de Prefeitos de Curitibanos. Portal Wikipedia. On-line: Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_prefeitos_de_Curitibanos
Óbito de Graciliano Torquato de Almeida. Portal FamilySearch. On-line: Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-62Y9-YML?from=lynx1UIV8&treeref=L8RW-5HC&i=50
POPINHAKI, Antonio Carlos. Graciliano Torquato de Almeida. ‘Blog’ Curitibanenses. On-line: Disponível em: http://curitibanenses.blogspot.com/2021/04/graciliano-torquato-de-almeida.html
POPINHAKI, Antonio Carlos. Antônio Granemann de Souza. ‘Blog’ Curitibanenses. On-line: Disponível em: http://curitibanenses.blogspot.com/2013/07/antonio-granemann-de-souza.html
Curitibanos. Câmara Municipal de Vereadores de Curitibanos. Lei Ordinária n.º 4249/2008, On-line: disponível em: https://www.camaracuritibanos.sc.gov.br/proposicoes/pesquisa/0/1/0/2004
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