sexta-feira, 9 de julho de 2021

Edi Antonio Inácio


Texto de Antonio Carlos Popinhaki


Eu ainda era um estudante do “ensino médio” no Colégio Casimiro de Abreu de Curitibanos, no final da década de 1970, quando o professor Edi Antonio Inácio atuava de forma determinante e fundamentalmente naquele estabelecimento. Não foi meu professor, mas lembro de ter respeito e estima pessoal por ele. Lembro também dele como um mestre que era respeitado entre todos os que o rodeavam. Funcionários, colegas da profissão e alunos o admiravam pela sua sapiência e competência nos cargos e tarefas a que era submetido. Considerado um homem compreensivo e carismático, muito além do seu tempo.

Nascido na cidade de Tubarão/SC, em 24 de abril de 1940, cresceu naquela cidade por certo tempo da sua infância, até ingressar no Seminário de Taubaté para tornar-se um “Sacerdote”, dentro de uma suposta vocação religiosa. Lembro que os alunos do Colégio comentavam que “o professor Edi foi Padre”. Quando digo suposta vocação religiosa, eu explico, que após experimentar as agruras do trabalho eclesiástico, composta de regras, dogmas e diretrizes de rigidez, Edi Antonio seguiu a sua verdadeira vocação, que era ser um professor na área educacional. Após concluídas as prerrogativas para o cargo, ele veio para Curitibanos, onde atuou como professor de história, filosofia e sociologia nas escolas locais por 25 longos anos, no Colégio Santa Teresinha, Casimiro de Abreu, JK e na Faculdade de ensino superior, a Fundação Educacional do Planalto Central Catarinense — FEPLAC, antecessora do Campus de Curitibanos da Universidade do Contestado — UnC. Ele foi um dos idealizadores daquela instituição de ensino superior em Curitibanos, sendo por algum tempo o seu Diretor.

Depois da sua honrada e reconhecida jornada de 25 anos de trabalhos na área da Educação em Curitibanos, o professor Edi mudou-se para a cidade de Joinville, onde continuou com a sua missão de ensinar os alunos do “Ensino Fundamental” e “Médio” naquela cidade por mais 10 anos, quando, finalmente resolveu ser a hora da aposentadoria.

Tendo cumprido várias missões em diversos educandários por onde passou, o professor Edi fixou-se finalmente na capital do Estado de Santa Catarina, para nos seus últimos anos, acomodar-se ao lado da família que tanto amava.

Ele também gostava de passar o tempo escrevendo poesias e textos, como o que apresento abaixo, de sua autoria, retirada de uma homenagem póstuma.


O TEMPO

Tudo tem sua hora, tudo tem seu tempo para acontecer.

Então,  que adianta reclamar do tempo que temos.

Após o nascimento que também teve seu tempo, tudo o que nos acontece tem o seu tempo determinado.

Aproveitar bem o tempo que temos, é nossa obrigação.

Nascemos, crescemos e morremos tudo já estabelecido. Então, não nos preocupemos com o amanhã, vivamos bem o dia de hoje de forma intensa. Deixemos o amanhã para amanhã.

O hoje está garantido enquanto estamos vivos, o amanhã é incerto.

EDI ANTÔNIO INÁCIO


Sempre que podia, aproveitava o tempo para fazer esculturas. Era um professor, mas também um artista. Gostava de moldar e observar o resultado final da sua capacidade criativa. Se satisfazia com isso.

Faleceu com 81 anos, no dia 2 de julho de 2021, após ajudar e ensinar muitos jovens e adolescentes. Edi Antonio Inácio se sentia bem no meio dos muitos alunos, que seria impossível lembrar o nome de todos. Em Curitibanos, encontrei um número considerável de mensagens nas redes sociais, expressando “sentimentos de pesar e dor” pela sua morte. Muitos que o conheceram e o tiveram como professor, lembram do bom mestre com carinho, respeito e admiração. Era casado com a senhora Geneci Maria Inácio. Tinha dois filhos e cinco netos. 

Na 32.ª Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores de Curitibanos, ocorrida no dia 8 de julho de 2021, foi proposta uma “Moção de Pesar” pelo seu falecimento. Em pronunciamento efetuado pelo Vereador Alain Douglas Agostini, foi citado que “Edi Antonio Inácio será sempre lembrado como um profissional competente, e um ser humano de caráter impecável. Seu legado será levado adiante, através da família (…)”. Nas suas palavras derradeiras, o Vereador pediu a todos que concordassem com a “Moção de Pesar”, em sinal de abraço e respeito ao Professor e também aos familiares que ficam com o exemplo a ser seguido. A “Moção de Pesar” foi aprovada por unanimidade dos votos dos vereadores presentes na referida Sessão Ordinária.


Referências de apoio para a produção do Texto:


32.ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Vereadores de Curitibanos

Redes Sociais

Por telefone, Dr. Reinaldo Assis Pellizzaro.






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