Euclides Ferreira de Albuquerque

Texto de Antonio Carlos Popinhaki

Euclides Ferreira de Albuquerque foi o sexto Superintendente da cidade de Curitibanos. Ele assumiu o comando à frente do Poder Executivo em 1.º de janeiro de 1919. Havia naquele tempo, um clima de lenta restauração e reconstrução da vila em virtude do incêndio de pelo menos, 22 imóveis, resultado do ataque de fanáticos de 1914. Sem contar que não passara ainda dois anos do assassinato do seu pai, acontecido numa tocaia no lugar chamado de “Canhada Funda”, próximo à estrada que ligava Curitibanos a Campos Novos. Euclides tinha, quando assassinaram seu pai, 24 anos e estava inteirado das intrigas políticas locais. Além disso, na época que seu pai foi o Superintendente de Curitibanos, acumulou muitas inimizades com pessoas de diversos setores da região.

Euclides foi o segundo filho de Francisco Ferreira de Albuquerque e de Laurinda Maria de Oliveira Albuquerque. Nasceu no ano de 1894 e era natural do município de Curitibanos. Tinha um apelido, várias pessoas o chamavam de “Milico”, talvez porque foi na sua época que o governo encerrou as atividades da “Guarda Nacional” criada em 1831, ainda no período imperial. Essa Guarda perdurou com as suas atividades por quase um século no Brasil, fazendo com que pelo menos, todos os municípios organizados tivessem um "Regimento" para a defesa local. Seu pai foi Coronel e Euclides era Major da Guarda Nacional.

Recebeu o cargo de Superintendente Municipal do seu antecessor, o também oficial da Guarda Nacional, Coronel Marcos Gonçalves de Farias. Ambos pertenciam ao mesmo partido político, o Partido Republicano Catarinense — PRC. O Governador do Estado era o engenheiro Hercílio Pedro da Luz, ou simplesmente, Hercílio Luz como ficou popularmente conhecido. Tanto o Governador como o Superintendente de Curitibanos estavam alinhados partidariamente.

No dia 6 de julho de 1915, quando estava com 21 anos, casou-se com Abgaly Pereira de Almeida, filha do então Tenente-Coronel Virgílio Pereira, outro correligionário político. Abgaly era conhecida por todos pelo carinhoso apelido de “Lulu”. A sua mãe, Elyzia Pereira de Almeida era filha do Coronel Henrique Paes de Almeida Sênior, que também foi Superintendente Municipal em Curitibanos. Tiveram três filhos: Francisco, Euclides e Dalila.

O Major Euclides Ferreira de Albuquerque administrou Curitibanos conforme aprendeu com o seu falecido pai. Ele manteve as alianças políticas na esfera estadual e manteve também, os laços de amizade com muitas pessoas, principalmente, aquelas que tinham o alinhamento ideológico partidário.

Após cumprir o tempo da sua gestão, precisou afastar-se devido a processos de inquéritos políticos. Passou o cargo para o sétimo Superintendente, O Coronel Henrique Paes de Almeida Filho.

Conforme descrito no Livro de Registro de Óbitos do Cartório de Registro Civil de Curitibanos n.º 922, folhas 100 verso, no dia 5 de outubro de 1958 faleceu de Insulto Cerebral, uma doença ligada ao desenvolvimento da epilepsia, também conhecido como uma variante do acidente vascular cerebral.

Em sua homenagem, no dia 6 de novembro de 1963, através da Lei Ordinária 536/1963, o prefeito municipal Dr. Hélio Anjos Ortiz denominou uma via pública da cidade de Curitibanos com o nome de Rua Euclides Albuquerque no bairro Bom Jesus.

Referências para o texto:

BRASIL IMPÉRIO. Lei de 18 de agosto de 1831 - Crea as Guardas Nacionaes…

BRASIL IMPÉRIO. Decreto nº 4.356, de 24 de abril de 1869. Dá regulamento para a cobrança dos emolumentos das Repartições Públicas.

Casamento de Euclides Ferreira de Albuquerque com Abgaly Pereira de Almeida. Portal FamilySearch. - On line: Disponível em: https://www.familysearch.org/records/images/image-details?page=1&place=3051438&endDate=1915&startDate=1915&lifeEvent=102860&rmsId=M9S3-9NP&imageIndex=56&singleView=true

CURITIBANOS. Lei Ordinária nº 536/1963 Dá denominação a ruas da cidade. “Rua Euclides Albuquerque”.

Depoimento encontrado num livro no Museu Histórico Antônio Granemann de Souza e transcrito pela Professora Municipal Bernardina Maria Barbosa.

LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978. 276p.

LEMOS, Alfredo de Oliveira; LEMOS, Zélia de Andrade. A Guerra dos Fanáticos. Florianópolis: [s.n.], 1984.

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Lista de prefeitos de Curitibanos. On line: Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_prefeitos_de_Curitibanos

MACHADO, Paulo Pinheiro. Lideranças do Contestado: a formação e a atuação Das Chefias Caboclas, (1912-1916). Ed. Unicamp, 2004.

NERCOLINI. Maria Batista. Livro de registro da história de Curitibanos. Acervo do Museu Histórico Antônio Granemann de Souza. 01 mar. 1974

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Óbito de Euclides Ferreira de Albuquerque. Portal FamilySearch. - On line: Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-62Y9-5FN?i=101&wc=MXYG-128%3A337701401%2C337701402%2C338783801&cc=2016197

POPINHAKI, Antonio Carlos. A guerra Santa de São Sebastião na região do Contestado – (1912-1916). Amazon. Curitibanos/SC.170 p.

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POPINHAKI, Antonio Carlos. Henrique Paes de Almeida Sênior. Blog Curitibanenses. On line: Disponível em: http://curitibanenses.blogspot.com/2021/03/henrique-paes-de-almeida-senior.html

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QUEIROZ, Maurício Vinhas de. Messianismo e conflito social – A guerra sertaneja do Contestado 1912 – 1916. 2ª ed.: São Paulo: Ática, 1977. 325 p.

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