Antônio (Tonho Coveiro) nasceu em Rio Negro (PR), em 16 de agosto de 1921, filho de José de Cunha Neves e Ema Tood Neves. Começou a trabalhar ainda jovem, como serviços gerais, em uma serraria; também aprendeu o ofício de pedreiro. Anos depois, passou a trabalhar com o pai na Fábrica de Café Ouro na mesma cidade. Casou-se com Paula Geraldina Neves, em 1941, com quem teve os filhos Marli Neves, José Neves, Hélio Neves, Moacir Neves, Maria Neves, Cristina Neves, Antonio de Paula Neves e Roberto Neves.
Foi transferido em 1949, de Rio Negro para Fábrica de Café Ouro (filial), em Curitibanos, na Rua Marechal Floriano, sendo sócio proprietário, o bancário Evaldo Amaral. Após vendeu a torrefadora de café para Virgílio W. Almeida, que transferiu a sede na Rua Rui Barbosa (atual Avenida).
Evaldo Amaral foi eleito prefeito de Curitibanos (1956/1959) e convidou Antônio. Em 1959 para assumir a direção do Cemitério Municipal, situado na quadra das ruas Rui Barbosa, Nicolau Signorelli, Coronel Ferreira de Souza e José Francisco de Carvalho.
Administrativo e Legislativo aprovaram a mudança do cemitério para as ruas Paulo Pedro Pereira, Oliveira Pires e Orozimbo Caetano da Silva, em 1960/1962, fundos da serraria Marcelinense, divisa com a Sociedade Hípica Curitibanense, nominado de Cemitério Municipal São Francisco de Assis em 1990. Foram removidos os corpos e parte dos ossos dos sepultados. Friso parte dos ossos, pois ainda ficaram alguns que foram encontrados nas construções de residências na quadra.
Tonho e família mudaram-se na Rua Orozimbo Caetano da Silva, visando dar melhor assistência aos parentes dos sepultados. Pelos muitos enterros que ocorriam à noite, também com o objetivo de evitar violação de túmulos. Fato comum eram oferendas de ritual religioso de centros espíritas de umbanda, quimbanda e candomblé em turno diurno e noturno.
Os filhos maiores ajudavam no serviço de coveiro. Aposentou-se como funcionário público em 1983, mas continuou na direção pela confiança e vasto conhecimento da função.
No final dos anos 80 até os dias atuais a situação no cemitério ficou crítica: começaram os roubos de cobre e de outros metais das sepulturas, jovens viciados passaram a se encontrar à noite no cemitério para beber, consumir drogas e praticar sexo, depredando jazigos e túmulos.
Antônio Tood Neves faleceu em 01 de agosto de 1993. assumiu o cargo, o filho Moacir, mantendo a tradição da família em prestar esse serviço essencial à comunidade. Aposentou, em 2007, permanecendo pelo conhecimento, mas pretendia deixar o irmão Roberto na função. No entanto, aconteceu o inesperado: depressivo, suicidou-se na capela mortuária municipal.
A biografia dessa edição é uma homenagem à família Neves, pelos 58 anos de total dedicação nos serviços prestados à população curitibanense.
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Fonte: ALVES, Sebastião Luiz. Memórias Curitibanenses: Antonio Tood Neves, A Semana, Curitibanos, Edição nº 1768, Caderno Livre, p. 03, 03 de Novembro de 2017.
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