quarta-feira, 14 de maio de 2014

Eliziário Paim de Souza

Texto de Antonio Carlos Popinhaki

(Atualizado em 08 março 2021)

       

Não foi fácil pesquisar sobre essa personalidade que também contribuiu com a construção da história curitibanense. Os registros são esparsos e de difíceis combinações de datas, lugares e nomes. Eliziário Paim de Souza foi, além de fazendeiro e pecuarista, o segundo Intendente ou Superintendente de Curitibanos, uma espécie de Prefeito ou chefe do poder executivo municipal para a sua época, isso ocorreu entre as gestões do Coronel Theodoro Ferreira de Souza (7 de maio de 1873) e do Coronel Henrique Paes de Almeida Sênior (ano de 1902). Como disse, não há muita informação disponível sobre esse evento. O texto a seguir, em grande parte, foi elaborado baseado nas pesquisas encontradas num livro de anotações biográficas do acervo do Museu Histórico Antônio Granemann de Souza e são atribuídas às pesquisas escritas de Maria Batista Nercolini, primeira diretora do museu, transcritas pela professora municipal Bernardina Maria Barbosa. Também foram feitas pesquisas simultâneas, para a verificação e confirmação das informações em portais de genealogias e de história na ‘internet’, conforme as referências abaixo. Para chegarmos até a parca biografia de Eliziário Paim de Souza, precisaremos voltar bastante no tempo.

Quando Dona Filipa de Lancaster saiu da Inglaterra com destino a Portugal para casar-se com o novo Rei Dom João I, no ano de 1387, cujo casamento foi celebrado na cidade do Porto. No seu deslocamento da Inglaterra, levou consigo uma comitiva de nobres, entre eles um tal Thomas Allen Payne, conhecido também como Thomas Elim, Thomalim Paim ou Chomally Paim que se casou em Portugal.

Thomas Allen Payne nasceu em 1350 na Inglaterra e morreu em 1410 em Portugal. Foi tesoureiro e conselheiro de Dona Filipa. Parece que os portugueses tinham certa dificuldade de pronunciar a palavra “Payne”, pois, o seu filho Vallentine Payn e os demais irmãos foram registrados com uma grafia diferente da original inglesa.

Vallentine Payn casou-se com Brites Vaz de Badilho e desse casamento nasceu Duarte Paim (notem a grafia do sobrenome alterada novamente). Duarte Paim casou-se com Antónia Dias de Arce, filha do governador da Ilha de Nosso Senhor Jesus Cristo das Terceiras, ou simplesmente Ilha Terceira, no Arquipélago dos Açores. Do casamento de Duarte com António nasceram uma vasta descendência de pessoas com o sobrenome Paim nos Açores.

Mais de 300 anos se passaram. Quando em meados do século XVIII começaram a vir açorianos para povoar a Ilha de Santa Catarina e o litoral catarinense no Brasil, veio com os imigrantes, um homem de nome Antonio Paim de Arruda, nascido no ano de 1708. na Ilha Terceira, Açores. Ele casou-se com Maria do Rosário no dia 16 de setembro de 1737. Desse casamento tiveram dois filhos, aos quais chamaram: Simão Paim de Arruda e Manuel Paim de Arruda.

Foram localizados na Freguesia da Lagoa da Conceição. Simão casou-se com Rosa Joaquina de Andrade, nascida em 28 de março de 1756, natural da Ilha, filha do capitão João de Andrade e de Josefa Caetana Ignácia. Manuel, o irmão de Simão casou-se com Maria Perpétua de Jesus, filha de Francisco Pereira Cardoso e de Maria de São Martinho. Ficou viúvo em 1776 na Ilha de Santa Catarina.

 Entre 23 e 25 de fevereiro de 1777, a Ilha de Santa Catarina sofreu uma invasão por parte de uma expedição espanhola que durou oito meses. Muitos habitantes fugiram. Manuel e Simão, com suas famílias, foram para o Rio Grande do Sul. Manuel se estabeleceu em Conceição do Arroio. Simão, na Aldeia dos Anjos, hoje, município de Gravataí.

Após nove anos de residência em Conceição do Arroio, Manuel casou-se com Vicência Theresa de Jesus, filha de José Luís da Cunha e de Teresa Ignácia de Jesus e viúva de Manuel dos Santos Lisboa.

Em novembro de 1813 casou-se em Aldeia dos Anjos uma filha de Simão e Rosa, de nome Ana Joaquina Paim de Andrade, nascida em 1797 no mesmo local do casamento. Casou-se com Alexandre Magalhães de Souza, viúvo. Deste casamento nasceu um filho de nome Eliziário Paim de Souza.




Eliziário Paim de Souza nasceu em Aldeia dos Anjos (Gravataí/RS) no ano de 1820. Se estabeleceu na região de Vacaria/RS, onde foi fazendeiro e pecuarista. Casou duas vezes. A primeira esposa se chamava Cândida Maria Boeira, nascida em 24 de maio de 1824 e falecida em 1 de maio de 1886, com 61 anos. O casamento ocorreu no dia 31 de janeiro de 1845. Filha de Laurindo Domingues Boeira e de Anna Joaquina de Jesus. Do primeiro casamento nasceram os filhos: Ana, Firmino (pai do político e general Paim Filho), Avelino, Laurindo, Maria Neves, Maximilia, Rita e Hortência.

Depois de ficar viúvo, mudou-se para Lages/SC, onde se casou com a sua segunda esposa, que se chamava Maria Domingues Vieira, filha de Policarpo Luiz Vieira e de Candida Domingues de Arruda. Um dos seus filhos, Patrício Paim veio morar em Curitibanos e casou-se por aqui, morando no lugar por longos anos. Eliziário e a esposa mudaram-se também para Curitibanos, onde Eliziário se tornou fazendeiro, pecuarista e político, ocupando temporariamente o cargo de Superintendente do município. Ele foi proprietário de várias fazendas em Curitibanos, sendo uma, nos Campos do Rio Canoas e Rio dos Cachorros, e outra na região do Butiá. Faleceu em 13 de março de 1910.

Parece que a família se dispersou, uma parte para o Rio Grande do Sul e outra para o Rioo de Janeiro, pois nos anos 1930 alguns descendentes apareceram na mídia escrita como militares nesses dois estados. Apenas como informação histórica, segue uma transcrição encontrada no ‘familysearch’ sobre um filho do casal que morreu em 1891 em Curitibanos.


Aos vinte e oito dias do mês de janeiro de mil oitocentos e noventa e um, nesta villa de Curitibanos, no Estado de Santa Catarina, compareceu em meu cartório Alferes Frederico Xavier Neves e declarou: Umas oito horas da noite do dia vinte e sete do corrente mês e ano, no lugar determinado “Fazenda do Rio dos Cachorros” nesta terra, morreu um filho do cidadão Eliziario Paim de Souza, de sete meses de idade. Natural desta terra, que era filho legítimo de Eliziario Paim de Souza e sua mulher Maria Vieira de Souza. Ele é natural de Gravataí, no Rio Grande do Sul, e sua mulher é da cidade de Lages. Da profissão, criadores de gado e animais. O nome do morto é Alexandre Paim de Souza e a morte foi natural, e que o morto será sepultado no cemitério público desta villa. Eu, por conta, lavrei este termo, que assina o declarante. Eu Umbelino Damião de Brito, escrivão de paz o escrevi”.


No Rio de Janeiro, no Cartório de Registro Civil Roberto Jobim encontramos no livro 349 C, folha 109, sob o n.º 19.445, o assento do falecimento de Alexandrina Paim Vieira, filha de Eliziário Paim de Souza e de Maria Domingues Vieira Paim aos 89 anos.


Aos vinte e sete de dezembro de mil novecentos e oitenta, nesta cidade e em cartório, compareceu Miguel Rodrigues Flôres, profissão comerciário, documento de identidade IFP-3.417.026, residência na Avenida Carlos Pontes nº 500 e, exibindo o atestado de ÓBITO firmado pelo médico Cândido de Souza Botafogo, prestou as seguinte declarações: Nome da obtuada: ALEXANDRINA PAIM VIEIRA. Data e hora do falecimento: 25 de dezembro de 1980, às 05 horas. Estado civil, viúva de Manoel Thiago de Castro, sexo: feminino, idade: 89 anos. Lugar do falecimento: Rua Antonio Parreiras nº 56/806, residência onde faleceu. Profissão: doméstica, naturalidade: Brasileira-SC. Nome dos pais da obtuada: Eliziário Paim de Souza e Maria Domingues Vieira Paim. Causa mortis: Cardiopatia hipertensiva, extrassistolia ventricular, arteriosclerose generalizada. Local do sepultamento: Jardim da Saudade. Deixou 4 filhos maiores e deixou bens a inventariar. Não deixou testamento”.


No dia 09 de abril de 1893 nasceu no interior de Curitibanos o filho de nome Eliziário Paim de Souza Filho que viria a se tornar General do Exército, um dos grandes lutadores pela causa da unificação de parte dos estados do Paraná e de Santa Catarina nos anos da década de 1930, formando assim o Estado de Iguaçu, coisa que nunca aconteceu. Esse homem, na época da guerra do Contestado, tinha 19 anos e já fazia parte do corpo de oficiais do exército brasileiro no combate aos fanáticos revoltosos. Apesar dos seus 19 anos, participou de toda a histórica campanha no posto de Capitão comandante da vanguarda de “vaqueanos” dos destacamentos dos Majores Vargas Neves e Vieira da Rosa. Pela sua ferrenha atuação, granjeou a alcunha como ficou conhecido popularmente de “Eliziário Facão”.

Pelo assento do seu nascimento, percebemos que o seu pai, Eliziário Paim de Souza, na época, em 1893, era Capitão e tinha residência nas suas terras, na localidade do interior chamado de “Cabaçais de Cima”. Isso está no livro de controle e anotações de nascimentos do Cartório de Registro Civil de Curitibanos, folha 128 e 128 verso, onde diz:


“Aos treze dias do mês de março de mil oitocentos e noventa e três em meu cartório, nesta vila de Curitibanos do Estado de Santa Catarina, compareceu o Capitão Eliziário Paim de Souza, na presença das testemunhas abaixo assinadas, declarou que de sua legítima mulher Maria Domingues Vieira nas suas terras dos Cabaçais de Cima, na casa da sua residência, pelas nove horas da noite do dia nove do corrente mês, nasceu uma criança do sexo masculino Eliziário Paim de Souza Filho, que é o nome que há de ser batizado. O dito pai da criança é natural do Estado do Rio Grande do Sul, é criador, sua mulher é natural da cidade de Lages, residentes nesta terra. Avós paternos: Alexandre Magalhães de Souza e sua mulher Anna Paim Andrade. Maternos: Policarpo Vieira e sua mulher que o declarante desconhece. E para constar, firmei este Termo que depois de lhes sido lido e declarado por achar conforme, comigo assina o declarante e as testemunhas Miguel Alves Cardoso, empregado e João Alves Cardoso Sobrinho, lavrador, ambos residentes nesta vila. Em tempo, declaro que o mês é de abril. Me enganei, pus de março. Eu, Mário Antonio de Azevedo Amaral, escrivão, foi que escrevi. 

Eliziário Paim de Souza

Miguel Alves Cardoso

João Alves Cardoso Sobrinho”


Não posso deixar de anotar aqui que do seu primeiro casamento também houveram homens que se tornaram famosos no campo militar. Firmino Paim de Souza, filho de Eliziário Paim de Souza e de Cândida Maria Boeira, foi o pai do General Firmino Paim Filho. Na Revolução Constitucionalista de 1932, os generais Assis Brasil e Flores da Cunha do Rio Grande do Sul trocaram telegramas com o senhor Coronel Eliziário Paim Neto, morador de Vacaria/RS, sobre a rendição e a conservação de cargos públicos dos revoltosos. Não se pode negar que esse Coronel Eliziário Paim Neto foi um importante e influente nome naquela revolta e região. Também foi o último Intendente da cidade de São Francisco de Paula/RS, de 21 de abril de 1927 até 08 de dezembro de 1930, quando começou o movimento constitucional que culminou com a mudança do título para Prefeito Municipal. Eliziário Paim Neto casou-se com Carolina Dias Baptista no dia 16 de abril de 1911 em Curitibanos.

São muitos nomes parecidos. Houve um Eliziário Paim de Souza, que foi o Superintendente temporário de Curitibanos. Houve o seu filho, Eliziário Paim de Souza Filho, que foi Capitão na Guerra do Contestado e chegou a ser promovido a General do Exército, ele morou no Rio de Janeiro. Houve também o Coronel Eliziário Paim Neto que foi Intendente na cidade de São Francisco de Paula/RS e viveu na região norte do estado gaúcho entre aquela cidade, até Vacaria/RS. Cada um desses nomes foram pessoas influentes e importantes onde viveram. E houveram também dois Firminos, um deles também foi General e foi agraciado com o nome de uma cidade no Rio Grande do Sul, “Paim Filho”.




Referências para a produção do texto.


Alexandre de Souza Magalhães. Portal Geneanet. On line: Disponível em: https://gw.geneanet.org/valdenei?lang=en&pz=valdenei+correa&nz=silveira&p=alexandre+de+souza&n=magalhaes


Ana Joaquina Paim de Andrade. Portal Geneanet. On line: Disponível em: https://gw.geneanet.org/valdenei?lang=en&pz=valdenei+correa&nz=silveira&p=ana+joaquina+paim+de&n=andrade


Antónia Dias de Arce. Portal Geni. On line: Disponível em: https://www.geni.com/people/Ant%C3%B3nia-Dias-de-Arce/6000000017380886980


Antonio Paim de Arruda. Portal Geneanet. On line: Disponível em: https://gw.geneanet.org/valdenei?lang=en&n=arruda&oc=1&p=antonio+paim+de


Assento de Alexandrina Paim Vieira. On line: Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-DWBR-T7?i=112&cc=1582573


Brites Vaz de Badilho. Portal Geni. On line: Disponível em: https://www.geni.com/people/Brites-Vaz-de-Badilho/6000000017381162895


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