Filha de Carlos Guilherme Müller e Adolfina Closs Müller, Elma é a caçula entre 8 irmãos. Nasceu no interior do Rio Grande do Sul, na localidade de Monte Negro em 12 de abril de 1925. Aos 8 anos veio para Santa Catarina, onde seus pais adquiriram uma colônia, no distrito de Pirituba, chamado de Alto Gramado. Lá, produziam para a sobrevivência e também comercializavam produtos coloniais.
Alfabetizou-se em uma humilde escola rural, com bastante dificuldade, pois além da distância, percorrida por matagais e caminhos tortuosos, trilhados no lombo dos animais, ainda tinha a questão da língua, grande problema, visto que, em sua casa, todos só falavam em alemão. A menina cresceu, e seu noivo é quem lhe ajudou a aperfeiçoar o português, o jovem Arlindo Theofelo Matzembacher a encontrou aos 18 anos e, aos 19, se casaram, em 29 de julho de 1943. O casal foi morar em Piratuba, na busca de novas oportunidades, onde construíram uma linda família com 4 filhos, Iria, Iraci, Arvedo e Iris. Lá, seu marido prosperou e se tornou um competente contador e um confiável perito judicial, executando diversas auditorias a pedido do fórum local. Também chegou ao cargo de direito das Centrais Elétricas da região, atual Celesc. Por amizade e lealdade, seu esposo Arlindo veio com a família para Curitibanos, em 1964, para trabalhar na empresa das famílias Ko Freitag e Luduwick, como contador, onde todos se integraram na comunidade Luterana de Curitibanos, a qual proferia seus cultos nas casas dos fiéis, pois ainda não existia a igreja, que até hoje é um ícone na nossa cidade. Na época, o pastor vinha apenas uma vez por mês para praticar o culto, então, seu Arlindo, esposo de Dona Elma, assumiria algumas responsabilidades, como enterros e alguns cultos e batizados domiciliares, com total dedicação, sem contar sua sensibilidade artística com os instrumentos como flauta, violino e clarinete.
Infelizmente a vida desse adorável marido e excelente pai, foi retirada muito cedo do convívio dos que o amavam, sofreu um infarto com apenas 48 anos. Dona Elma, jovem viúva, foi alicerçada pela sua origem alemã, suas convicções luteranas e também muitos amigos que o casal já havia conquistado em nossa cidade, em momento algum ela esmoreceu. Unida aos filhos, Dona Elma teve uma garra incrível em lutar pela vida, aliada a sua força pessoal e seus dotes culinários, tipicamente alemães, superou muitas dificuldades, com suas mãos de fada confeitou bolos, criou pratos, elaborou jantares, iniciou a padaria do Supermercado Myatã, onde trabalhou por 2 anos e alimentou centenas de atletas da CME por 20 anos, nos jogos e excursões esportivas itinerantes pelo Estado. Com seus 87 anos, 4 filhos, 12 netos, 10 bisnetos e 1 tataraneto, confessa que sofreu muito com a ideia de deixar Piratuba, porém afirma que foi muito bem recebida em Curitibanos e encontrou muitos amigos, hoje, se sente uma genuína curitibanense e não se cansa de falar que ama esta terra e essa gente. Nossa querida Dona Elma é um grande exemplo de superação e determinação, seus passos são lição de vida.
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Agradecimentos ao jornal A Semana de 25/01/2013 que publicou em sua página na internet: http://www.adjorisc.com.br/jornais/asemana/coluna-tradicionalismo-dhebora/dona-elma-matzembacher-1.1220755#.U3FeCnYvAnE
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