Dr. Henrique Berger
Filho, nasceu na cidade de Maitz, Alemanha, no dia 25 de maio de 1900, filho do
médico Henrique Berger e Luiza Berger. Formou-se pela Faculdade de Medicina em
Munique, Alemanha, em 1931.
Em 20 de abril de 1932
casou-se com Doroty Raich, carinhosamente chamada por Dona Dodô. Ela nasceu em
Senegal, Sul da África, possessão inglesa, filha do médico Frederico Raich e
Etuichem Raich. Sua mãe adoecera gravemente e seu pai levou-a para Suíça, por
razões climáticas e lá faleceu. Ficou Doroty órfã aos 10 anos de idade, com
suas duas irmãs. Seu pai fixou residência em Vispachem, onde Doroty estudou,
formou-se em enfermagem e laboratorista e conheceu o jovem médico que a levou
ao altar proporcionando-lhe uma vida feliz.
Por questões políticas
no tempo de Hitler, o casal deve que abandonar sua pátria. Questionavam: para
onde vamos? Decidiram, após muito pensar, pelo Brasil, mais precisamente em
Blumenau - SC. Desembarcaram no porto de Santos – SP, após várias semanas de viagem
e rumaram para Blumenau – SC. Havia duas razões para essa escolha: A primeira
era o reencontro com o velho pai, Dr. Berger, que havia abandonado a Alemanha
após sua esposa ter falecido nos campos de concentração na Alemanha e, segundo,
Blumenau, colônia alemã, falaria a mesma língua, teria os mesmos hábitos,
suavizando assim a saudade da pátria distante.
Quando o Presidente
Getúlio Vargas baixou o Decreto de que dizia “onde houvesse médico brasileiro
os estrangeiros não poderá exercer sua profissão”, ou sejam, não poderiam
clinicar, fazia dois meses de sua chegada, tendo que interromper seus trabalhos
já iniciados.
Para reconhecimento de
seu diploma, tudo era difícil pois estava há pouco tempo em sua nova pátria e
desconhecia a língua portuguesa. Novamente o questionamento: para onde vamos?
Dr. César Sartori,
médico de alto conceito na cidade de Lages – SC, informou que Curitibanos não
possuía médicos. A decisão estava tomada, Curitibanos seria seu novo destino,
restava preparar-se para a viagem. Malas, caixotes, tudo posto em cima de um
caminhão e após três dias de viagem chegaram: Curitibanos de 1933.
O quadro, para os olhos
dos europeus, era monótono. Cidade pequena, sem luz, a maioria das casas feitas
em madeiras e sem vidraças.
Hospedaram-se, primeiramente, no hotel
de Paulo Bernardoni, o tradicional Palace Hotel. Após, fixaram-se na rua
Conselheiro Mafra (mais ou menos onde se localiza a casa de nº 73).
Estabelecidos começaram a trabalhar, encontrando o coração generoso do povo
curitibanense.
Começou sua clínica
atendendo na cidade e no interior. Quando solicitado em Santa Cecília , Lebon
Régis e outros pontos do interior, percorria o caminho a cavalo, levando em
média 2 a
3 dias.
A todos atendia com o
mesmo carinho e atenção. Começaram a nascer os curitibanenses em suas mãos. Ajudou
a trazer criancinhas ao mundo, amenizou a dor em lares pobres e ricos, assistiu
a morte de muitos pacientes, trazia sempre consigo um sorriso nos lábios, pois
tinha a consciência tranqüila do dever cumprido.
Como tudo nasce para
morrer um dia, em 23 de fevereiro de 1968 Dr. Berger Filho deixou este mundo.
Grande foi à lacuna
deixada por este benemérito cidadão e médico na verdadeira acepção da palavra.
Texto de Juvenal B. Bacelar
Colaboração de Sebastião Luiz Alves
Um homem humanitário. Tratou-me muitas vezes quando eu era criança. Sempre com aquela doçura que lhe era peculiar e também da Dona Doroty. Lembro deles com saudade. Valdir Lemos de Carvalho.
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