sexta-feira, 24 de maio de 2013

Henrique Berger Filho


Dr. Henrique Berger Filho, nasceu na cidade de Maitz, Alemanha, no dia 25 de maio de 1900, filho do médico Henrique Berger e Luiza Berger. Formou-se pela Faculdade de Medicina em Munique, Alemanha, em 1931.
Em 20 de abril de 1932 casou-se com Doroty Raich, carinhosamente chamada por Dona Dodô. Ela nasceu em Senegal, Sul da África, possessão inglesa, filha do médico Frederico Raich e Etuichem Raich. Sua mãe adoecera gravemente e seu pai levou-a para Suíça, por razões climáticas e lá faleceu. Ficou Doroty órfã aos 10 anos de idade, com suas duas irmãs. Seu pai fixou residência em Vispachem, onde Doroty estudou, formou-se em enfermagem e laboratorista e conheceu o jovem médico que a levou ao altar proporcionando-lhe uma vida feliz.
Por questões políticas no tempo de Hitler, o casal deve que abandonar sua pátria. Questionavam: para onde vamos? Decidiram, após muito pensar, pelo Brasil, mais precisamente em Blumenau - SC. Desembarcaram no porto de Santos – SP, após várias semanas de viagem e rumaram para Blumenau – SC. Havia duas razões para essa escolha: A primeira era o reencontro com o velho pai, Dr. Berger, que havia abandonado a Alemanha após sua esposa ter falecido nos campos de concentração na Alemanha e, segundo, Blumenau, colônia alemã, falaria a mesma língua, teria os mesmos hábitos, suavizando assim a saudade da pátria distante.
Quando o Presidente Getúlio Vargas baixou o Decreto de que dizia “onde houvesse médico brasileiro os estrangeiros não poderá exercer sua profissão”, ou sejam, não poderiam clinicar, fazia dois meses de sua chegada, tendo que interromper seus trabalhos já iniciados.
Para reconhecimento de seu diploma, tudo era difícil pois estava há pouco tempo em sua nova pátria e desconhecia a língua portuguesa. Novamente o questionamento: para onde vamos?
Dr. César Sartori, médico de alto conceito na cidade de Lages – SC, informou que Curitibanos não possuía médicos. A decisão estava tomada, Curitibanos seria seu novo destino, restava preparar-se para a viagem. Malas, caixotes, tudo posto em cima de um caminhão e após três dias de viagem chegaram: Curitibanos de 1933.
O quadro, para os olhos dos europeus, era monótono. Cidade pequena, sem luz, a maioria das casas feitas em madeiras e sem vidraças.
Hospedaram-se, primeiramente, no hotel de Paulo Bernardoni, o tradicional Palace Hotel. Após, fixaram-se na rua Conselheiro Mafra (mais ou menos onde se localiza a casa de nº 73). Estabelecidos começaram a trabalhar, encontrando o coração generoso do povo curitibanense.
Começou sua clínica atendendo na cidade e no interior. Quando solicitado em Santa Cecília, Lebon Régis e outros pontos do interior, percorria o caminho a cavalo, levando em média 2 a 3 dias.
A todos atendia com o mesmo carinho e atenção. Começaram a nascer os curitibanenses em suas mãos. Ajudou a trazer criancinhas ao mundo, amenizou a dor em lares pobres e ricos, assistiu a morte de muitos pacientes, trazia sempre consigo um sorriso nos lábios, pois tinha a consciência tranqüila do dever cumprido.
Como tudo nasce para morrer um dia, em 23 de fevereiro de 1968 Dr. Berger Filho deixou este mundo.
Grande foi à lacuna deixada por este benemérito cidadão e médico na verdadeira acepção da palavra.
Texto de Juvenal B. Bacelar 
Colaboração de Sebastião Luiz Alves

Um comentário:

  1. Um homem humanitário. Tratou-me muitas vezes quando eu era criança. Sempre com aquela doçura que lhe era peculiar e também da Dona Doroty. Lembro deles com saudade. Valdir Lemos de Carvalho.

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