quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Roque Pellizzaro



Texto de Dhébora Costa Pellizzaro Jr.

Curitibanos, ao longo de sua história, foi marcada por algumas gerações que, cada uma a seu tempo, impulsionaram seu desenvolvimento. Uma dessas gerações perdeu um de seus ilustres integrantes, o empresário comerciante Roque Pellizzaro.

Faço aqui um parêntese para justificar que não estou escrevendo essas palavras por ele ter sido meu sogro, mas pela importância que seu trabalho teve para o progresso de nossa cidade e região. Embora nós da família fiquemos felizes em poder prestar esse reconhecimento via essa coluna.

Nascido em 26 de agosto de 1929, na cidade de Capinzal, filho de Antônio Pellizzaro e Cezira Zortéa Pellizzaro, teve sete irmãos e. já aos 9 anos, iniciou seu trabalho junto ao comércio, sua grande paixão de vida, como gostava de falar, “vendendo laranjas no trem” que passava por sua cidade natal. Mas, na busca de conhecimento e melhora de vida, foi trabalhar nos Correios e Telégrafos, ocupando o cargo de telegrafista, conduzido por uma tia que já ali trabalhava. Dessa época, veio seu gosto pela comunicação, outra de suas paixões, pois, como telegrafista, soube como a informação e o comércio eram interligados. Foi radioamador ativo numa época em que não havia sequer telefones operantes no interior de nosso Estado e as comunicações eram precárias.

Veio para Curitibanos em 1952, para abrir uma filial da empresa em que era sócio junto ao seu irmão Acelino Pelizzaro, além de outros pares, Eletron Lux Ltda., cuja matriz ficava em Capinzal, empresa que vendia motores elétricos, rádios, equipamentos elétricos, “eletrolas” e discos e que, com o tempo, foi sendo ampliada e seguiu com a venda de automóveis (Cimca), tratores CBT, aí já independente da antiga empresa e sob o nome de Comercial Eletron Lux Ltda.

Curitibanos vivia, naqueles tempos, o auge do ciclo madeireiro e, como comerciante e empreendedor, Roque Pellizzaro viu inúmeras oportunidades, dentre elas a introdução de novas tecnologias. Na época, a motosserra era pouco utilizada pelos madeireiros da região e foi aí que a empresa teve seu grande salto. A importação dessas máquinas dos Estados Unidos mostrou que sua visão de futuro e por desconhecer obstáculos faria toda a diferença. Aquele menino que “vendia laranjas no trem” passou a viajar pelo mundo na busca de novos negócios e, associando suas paixões, o comércio e as comunicações, fez do pequeno comércio vindo de Capinzal uma empresa que marcou história na cidade.

Como falado por seu irmão, Reinaldo, o “comerciante” Roque Pellizzaro não tinha como objetivo a simples venda de mercadorias, mas sim a busca de soluções e realização de sonhos para aqueles que faziam negócio com ele.

Sempre presente na vida da comunidade, foi um dos idealizadores e fundador do Pinheiro Tênis Clube, que frequentou até os dias de hoje, do Lions Club, Rotary Club, Associação Comercial e Industrial e CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas.

Casou-se, há 50 anos, com Itamira Costa Pellizzaro, filha de Faustino e Nena Costa, família tradicional de Curitibanos, tendo tido o privilégio de comemorarem, em uma cerimônia íntima, suas Bodas de Ouro, no último dia 1 de novembro. O casal gerou três filhos, seus bens maiores, Roque Pellizzaro Junior (49), Enilson Costa Pellizzaro (46) e Andréia Pellizzaro Camargo (44), os quais lhes deram cinco netos, Luiz Guilherme, Maria Eduarda, Henrique, Pedro e Ana Clara.

Faleceu dia 18 de novembro, em uma triste fatalidade, trabalhando na Fazenda Estância velha, sua última paixão de vida. 


Fonte do texto:



PELLIZZARO JR. Dhébora Costa. Coluna Tradicionalismo. Jornal A Semana. On-line: Disponível em:  http://www.adjorisc.com.br/jornais/asemana/coluna-tradicionalismo-dhebora#.VICLVE1ATIU



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