Texto adaptado por Antonio Carlos Popinhaki
Itacyr Genor Fedrizzi nasceu no dia 2 de fevereiro de 1938, em Erval Velho, Santa Catarina. Filho de João Fedrizzi e Alice Rigon Fedrizzi, ele foi o caçula de dez irmãos. Sua história se entrelaça com a da própria região, cuja formação iniciou-se com a vinda de imigrantes descendentes de italianos às margens do Rio Erval.
Sua infância foi vivida no sítio da família, na Linha Gramados, em Erval Velho, onde compartilhou os afazeres e o cotidiano de uma família de agricultores. Posteriormente, a família mudou-se para Herval D'Oeste, na localidade de Barra Verde. Itacyr estudou na escola rural de Erval Velho, onde concluiu apenas o ensino primário. Apesar da formação escolar básica, ele demonstrava, desde cedo, notável habilidade para o comércio.
Em 1961, Itacyr foi convocado para servir o 1º Batalhão de Polícia do Exército (1º BPE), o “Batalhão Marechal Zenóbio da Costa”, na cidade do Rio de Janeiro. Lá residiu por 12 meses, período do qual sempre teve muito orgulho, pois, como gostava de dizer, aprendeu disciplina e marcialidade, características marcantes de uma tradicional tropa do Exército. Foi também no Rio de Janeiro que conheceu o Clube de Regatas do Flamengo, tornando-se um torcedor apaixonado. Justificava seu amor pelo clube citando sua enorme torcida e suas numerosas conquistas.
Ao retornar, trabalhou na Ótica Cagliari, em Joaçaba, onde se especializou como óptico, aprendendo a arte de produzir lentes de grau conforme receitas médicas. O crescimento da cidade de Lages na década de 1960 atraiu Itacyr, que foi trabalhar na Ótica Mondadori, dando mostras de seu talento na área administrativa. Em Lages, morava com seu irmão, Juventino.
Foi em uma visita ao comércio do Senhor Casimiro Colombo, em Lages, que Itacyr conheceu Thereza Agustini, a Terezinha, sobrinha dos proprietários. Na época, Thereza estava em Lages para tratar de uma gripe forte. Nasceu ali um romance conduzido por cartas, repletas de amor, respeito, admiração e o compromisso de um futuro juntos.
O desejo concretizou-se no dia 26 de maio de 1962, quando Itacyr e Thereza uniram-se em matrimônio na Igreja Matriz Imaculada Conceição, em Curitibanos/SC. O casal fixou residência em Lages até 1967. Com o falecimento da sogra, Dona Graciosa Fontana Agostini, Itacyr e Thereza, agora com a filha Helena ainda pequena, mudaram-se para Curitibanos para auxiliar na educação das irmãs mais novas de Thereza, Salete Verônica e Engrácia Aparecida.
No dia 16 de outubro de 1967, Itacyr iniciou uma longa e estável trajetória como servidor público, assumindo o cargo de Técnico Administrativo na Prefeitura Municipal de Curitibanos. Desenvolveu seu trabalho na Secretaria Municipal de Obras até a sua aposentadoria, em 3 de novembro de 1992.
Por muitos anos, a família residiu na Rua Coronel Vidal Ramos, na casa dos pais de Thereza. Aquele endereço tornou-se um ponto de afeto e acolhimento, palco de conversas ao final do dia, cafés preparados com carinho, almoços em família, novenas e o encontro dos cortejos das procissões da Igreja Católica.
Itacyr era um homem de fortes convicções e intensa vida comunitária. Foi sócio do Pinheiro Tênis Clube e um ativo participante da política partidária de Curitibanos. Sua capacidade de comunicação e sua expressividade junto à comunidade tornavam os candidatos que defendia cada vez mais populares. Admirava o ex-presidente Juscelino Kubitschek e defendia a política conservadora.
Sua fé era um pilar central. Devoto de Nossa Senhora Aparecida, peregrinava anualmente à Basílica com os romeiros de Curitibanos. Foi parte integrante do movimento das famílias da Lareira e do Grupo Frei Rogério, dedicando-se com fé, trabalho, respeito e inclusão a projetos que visavam edificar as famílias. Com frequência, participava da liturgia na Igreja Matriz e era um voluntário conhecido nas festas da igreja e dos bairros, deixando um legado como exímio assador de churrasco.
Entusiasta do esporte, incorporou em sua vida os Jogos da 3ª Idade, participando e dedicando-se à delegação de Curitibanos com o objetivo de ressignificar o papel do idoso na sociedade.
Acima de tudo, Itacyr era um homem dedicado à família. Marido amoroso de Thereza, pai dedicado de suas filhas Helena Terezinha Fedrizzi e Lucia Helena Fedrizzi. Era o avô orgulhoso de Ana e Cláudia, e bisavô de Bruna e Yuri. Mantinha um forte vínculo com seus cunhados, sobrinhos e afilhados.
Itacyr Genor Fedrizzi faleceu no dia 1º de outubro de 2019, em Rio do Sul/SC, em decorrência de insuficiência cardíaca. Ele deixou como legado indelével os valores da honestidade, da fé, da perseverança, da cumplicidade, da gratidão e, sobretudo, do muito amor ao próximo. Um curitibanense de alma e coração, cuja vida foi, como sua citação favorita sugere, uma prova de que “Só o amor concede eternidades”.
Referências para a produção do Texto:
Informações de Lucia Helena Fedrizzi
Fotografia: acervo da família Fedrizzi
Nenhum comentário:
Postar um comentário