Texto de Antonio Carlos Popinhaki
Ari Tadeu Ribeiro (Ari Sapateiro, o Tranqueira) nasceu em 6 de maio de 1950. Ele dedicou sua vida a fazer o que mais gostava: ser sapateiro e fazer amigos. Sua vida foi marcada por altos e baixos. Durante muitos anos, Ari foi alcoólatra, mas encontrou a sobriedade há exatamente 27 anos antes do seu falecimento, com a ajuda da família e amigos.
Ari era uma pessoa de grande coração, sempre disposto a ajudar os outros com uma palavra amiga e de conforto. Nunca se queixava de nada; para ele, tudo sempre estava bem, mesmo nas maiores dores. De acordo com as palavras de sua irmã, Angela Maria Ribeiro:
“Sua partida foi uma surpresa para todos, pois em apenas 10 dias tudo aconteceu. Nunca saberemos ao certo o que houve, pois ele não reclamava de nada. Mas Deus sabe o que faz, e tenho certeza de que ele está em um lugar lindo, onde não existe dor nem sofrimento. A saudade é eterna, mas sei que ele continua olhando por nós, especialmente por nossa mãe, dona Maria, que tem 100 anos. Nunca o esqueceremos e sempre nos lembraremos de Ari como a pessoa maravilhosa que sempre foi. Saudades eternas”.
Ari Tadeu Ribeiro faleceu em 7 de janeiro de 2020, aos 69 anos. No dia de Natal de 2019, ele estava bem, mas no dia 27 de dezembro queixou-se de dores na coluna e foi levado para o Hospital de Curitibanos. No hospital, sua condição piorou. A família descobriu que ele estava doente há tempos, Ari não querendo preocupar os parentes, sofreu quieto e não contou de suas dores e da sua saúde física. Seu sepultamento foi realizado no cemitério municipal São Francisco de Assis, em Curitibanos. No Museu Histórico Antonio Granemann de Souza, em Curitibanos, existem peças doadas que remontam um pouco da história de vida desse grande profissional.
O pai de Ari se chamava José Maria Ribeiro, conhecido como “Branco”, e a mãe, Maria Lisboa. O casal teve quatro filhos. Dona Maria ainda está viva, com 100 anos, bem forte e com saúde. Quando era pequeno, Ari formava uma dupla com seu irmão Demerval, a dupla era chamada “Ribeiro e Ribeirinho”. Os irmãos nasceram em Curitibanos, mas a família morava em Campos Novos. A dupla se apresentava em Anita Garibaldi e outros lugares próximos.
O apelido "Tranqueira" foi dado porque Ari acumulava muitas coisas antigas. Quando ele faleceu, sua irmã doou peças da sapataria para o museu. Ari estudou na antiga escola em Campos Novos com os demais irmãos, filhos de João Maria Ribeiro. Na época, a escola se chamava Gustavo Richard e depois Escola de Educação Básica Paulo Blasi, onde uma de suas sobrinhas é professora atualmente, em 2024.
Ari trabalhou praticamente a vida toda fabricando e consertando sapatos em sua sapataria. Desde a juventude, quando a dupla de músicos se desfez, Ari parou de tocar e cantar com o irmão. Ari era o "Ribeiro" e o irmão, o "Ribeirinho". Demerval também já faleceu.
O pai de Ari, José Maria Ribeiro, não tinha o hábito de morar em uma única cidade. Ele era como um "cigano", segundo as palavras da filha Ângela Maria. Literalmente, "anoitecia numa cidade e amanhecia noutra". A família cansou de ajudar a carregar o caminhão de mudanças até que se estabeleceram em Curitibanos.
José fazia muitos negócios, popularmente chamados de "briques". Comprava, vendia e negociava. Em uma dessas mudanças, José e sua esposa esqueceram no antigo endereço, a pequena Angela. Entre os negócios em Curitibanos, José foi proprietário da Gruta Azul, em frente ao Hotel Palace. Demerval trabalhou por vários anos, como porteiro no Hotel Palace, onde muitas pessoas se hospedavam.
Ari foi casado, mas o casamento não deu certo e eles se separaram. Em 2024, a filha do casal mora na cidade de Penha, SC.
Informações para o Texto
Com informações de Angela Maria Ribeiro.
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