Texto de Antonio Carlos Popinhaki
(Atualizado em 04 mar 2021)
A pesquisadora Maria dos Prazeres Baptista, depois de casada, Maria Batista Nercolini, nasceu na cidade de São Joaquim/SC no dia 27 de março do ano de 1920. Faleceu no dia 29 de junho de 1993 em Florianópolis. Seus pais faziam parte das tradicionais famílias de São Joaquim. Era filha de Sebastião Baptista Ribeiro e de Olga Martins Cassão Ribeiro. O início da sua carreira foi como professora primária na Escola Mista de Pericó, interior da cidade de São Joaquim. Talvez pela distância ou por outro motivo ainda desconhecido, ela migrou para o setor privado, começou a trabalhar como bancária no Banco Indústria e Comércio de Santa Catarina S.A. — INCO, adquirido posteriormente pelo Banco Brasileiro de Descontos — BRADESCO, nas cidades de São Joaquim, Lages, Videira e depois, na década de 1950, em Curitibanos, onde fixou residência. Casou no dia 2 de janeiro de 1953 com Adolfo Nercolini.
Do casamento, nasceram seis filhas. Em Curitibanos fez história através de intenso destaque assistencial aos menores abandonados. Exerceu o cargo de “Coordenadora” do antigo Movimento Brasileiro de Alfabetização — MOBRAL e da Fundação Catarinense do Bem-estar do Menor — FUCABEM. Foi uma das fundadoras do Museu Histórico Antônio Granemann de Souza desde a formação da “Comissão Provisória” para a sua criação. Escolheram-na também, para ser a primeira Diretora do Museu, desde o dia da sua inauguração em 7 de maio de 1973 até o dia 27 de maio de 1989, quando passou a residir temporariamente em Florianópolis.
Mesmo após a sua saída, permaneceu, contudo, como Supervisora do Museu Histórico, sem remuneração, de forma voluntária, até junho de 1993, quando faleceu. Nunca se acomodou, sempre procurou se aperfeiçoar na área de museologia e história, ampliando os seus conhecimentos através de intensas pesquisas. Fez parte do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, de quem foi sócia efetivo. Devido às suas aptidões pela História, era uma pesquisadora pragmática e sistemática, irrequieta e de fisionomia séria, entretanto, quem a conheceu sabe que ela tinha um grande e altruísta coração.
Participou da criação da Casa do Menor, Associação Beneficente “Damas de Caridade”, da fundação da Beneficência Espírita “A Casa dos Humildes”, sendo que foi Presidente por várias ocasiões. Nunca esqueceu da sua São Joaquim, ela chamava sua cidade natal de “Terra Santa”. Escreveu vários artigos sobre São Joaquim e contribuiu significativamente para a perpetuação da memória regional catarinense. São Joaquim, Curitibanos e o Estado de Santa Catarina têm uma dívida enorme com essa mulher.
Em Curitibanos, dentre aqueles que a conheceram, atestam que ela não gostava de bajulações, um exemplo disso foi registrado quando foi agraciada com o título de “Cidadã Curitibanense”, conferido pela Câmara Municipal de Vereadores. Maria Batista Nercolini não foi sequer na Sessão da Câmara no dia da solenidade alusiva ao prêmio do título. Sempre dizia que não fazia caridade para receber títulos ou elogios. Fazia para favorecer os pobres, sem muito alarde, mas se precisasse, não hesitava em movimentar as autoridades e os políticos e inseri-los na causa. Não se preocupava em esperar horas nas salas de espera deles. Para esse fim, ela tinha paciência e persistência de sobra.
Por fim, recebeu elogios e agradecimentos impressos dos prefeitos, Wilmar Ortigari, Armando Costa, Ulysses Gaboardi Filho e Generino Fontana. Participou de vários cursos, conferências, palestras e oficinas voltadas à museologia e à preservação da história regional. Esteve em contato com diversos escritores regionais, para os quais prestou e recebeu informações.
Referências para o Texto:
Arquivo Pessoal da Senhora Maria Batista Nercolini. Acervo do Museu Histórico Antônio Granemann de Souza. Curitibanos/SC — 2021.
Curitibanos dá adeus a “dona” Maria. Jornal semanal FOLHA. Caderno regional. Caçador/SC. 3 de julho de 1993.
MACHADO, Murilo. Homenagem da Administração Municipal 93/96. Jornal semanal A SEMANA. Curitibanos/SC. 3 de julho de 1993. p. 13.
NERCOLINI. Maria Batista. Histórico da cidade de São Joaquim e os costumes de seu povo. Blumenau em cadernos. Tomo XXVIII/7. Ed. 367. BLUMENAU/SC. P. 226 — julho de 1987.
SILVA, Joaquim Galete. Justa homenagem — Maria Batista Nercolini. Jornal quinzenal MURAL. 2.º Caderno. p. 1. São Joaquim/SC. Dezembro/1993
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