quinta-feira, 4 de julho de 2013

Euclides José Philippi



Texto de Antonio Carlos Popinhaki


O historiador e folclorista Euclides José Philippi exerceu várias funções e atividades profissionais ao longo da sua vida. Nasceu na cidade de Armazém, Santa Catarina, no dia 20 de agosto de 1915. Em 14 de janeiro de 1935, teve a autorização paterna para servir voluntariamente no Exército Nacional, no 14.º Batalhão de Caçadores, aquartelado em Florianópolis. Após cumprir com suas obrigações patrióticas, casou-se com Anair Boeira Dörner em 8 de janeiro de 1936, na cidade de Urubici, Santa Catarina. Do casamento, nasceram três filhos, Edson de Cezar, Francisco de Assis e Luiz Gonzaga. Naquela cidade de Urubici, em 1.º de abril de 1936, Euclides abriu uma empresa de sucos e salgados.

Chegou em Curitibanos no ano de 1937, onde, por longos anos exerceu a profissão de topógrafo profissional e se tornou um dos grandes conhecedores da geografia e história regional, principalmente devido às suas viagens pelo interior do município.

Em Curitibanos, no dia 8 de março de 1941, foi nomeado delegado de Polícia pelo Dr. Nereu Ramos, interventor Federal no Estado de Santa Catarina. A sua nomeação foi publicada no dia 10 de março de 1941, emitida pela Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública n.º 742.

Iniciou na maçonaria em 5 de setembro de 1950, na Loja Maçônica Luiz Balster de Caçador, Santa Catarina, onde foi registrado com o número 11. Foi membro e fundador da Loja Maçônica “Estrela do Planalto” de Curitibanos. Seus pais se chamavam José Philippi Júnior e Virgínia Crippa. 

Na profissão de topógrafo, se especializou em demarcações, medições e divisões de terras. Foi um dos incentivadores da construção da Usina Hidrelétrica do Salto Pery, no Rio Canoas. Trabalhou incessantemente nesse projeto até o ano de 1965. Euclides foi acionista da empresa Força e Luz Curitibanense, inaugurada em 1946. Devido ao monopólio do consumo da energia elétrica, com outros sócios, focaram seus esforços na hidrelétrica do Salto Pery. Posteriormente à sua inauguração, o objeto do Projeto foi vendido para a empresa Centrais Elétricas de Santa Catarina — Celesc S.A. 

Também fez parte da subcomissão catarinense do folclore. Exerceu o cargo de agente de estatísticas, contribuindo com informações relevantes para preservar o folclore de Santa Catarina. Em contato com as pessoas que moravam no interior, interessou-se por estudar seus costumes, o vocabulário e as crenças. Escreveu sobre o assunto dois livros e um romance espírita. Quando no exercício da sua profissão de topógrafo, conheceu os mais distantes e inóspitos lugares. Com a dificuldade de transportes da época, invariavelmente tinha que se hospedar e permanecer por vários dias nas casas das pessoas que o contratavam. Era justamente a ocasião propícia para ouvir e anotar tudo o que escutava sobre os costumes do interior.

Euclides José Philippi foi fundador de dois centros espíritas em Curitibanos, voltados para os estudos psicobiofísicos. Também foi presidente da Associação Rural do município de Curitibanos.

O primeiro engenho de farinha de mandioca de Curitibanos pertenceu a Euclides José Philippi. O ano da sua construção foi em 1940. Funcionava por queda d’água, no lugar chamado “Cascatinha”, no riacho Pessegueirinho. tinha a capacidade de produção de 312 sacas/ano. Ele demorava dois anos para comercializar essa quantidade de sacas de farinha de mandioca. Nesse intervalo de tempo, ele construiu uma torrefação e moagem de café. A comercialização era de 50 ou 60 quilos semanais de um café de excelente qualidade. Euclides afirmava que naquele tempo, a maioria das pessoas torrava o seu café em casa.

Lançou alguns livros e escreveu textos sobre a região de Curitibanos. Entre essas obras, destacam-se os livros: o último jagunço, de 18 de agosto de 1995; o caminho das tropas em Santa Catarina, de 5 de novembro de 1996, e Sophia, de 2005. Todas as suas obras sempre tiveram a contribuição do acervo histórico do Museu Histórico Antonio Granemann de Souza, de Curitibanos, local que lhe foi muito útil. Euclides foi um entusiasta colaborador do museu curitibanense.

Depois da sua aposentadoria, dedicou-se a compilar e condensar as suas anotações. Euclides faleceu em 3 de março de 2009. 



Referências para o Texto:



ALVES, Sebastião Luiz. Euclides José Philippi. Curitibanos Memórias da nossa terra. Portal Facebook. On line, disponível em: https://www.facebook.com/memoriasdecuritibanos/photos/a.1450582465233927/1477447592547414


ALVES, Sebastião Luiz. Construção da usina do Pery (1965). Curitibanos Memórias da nossa terra. Portal Facebook. On line, disponível em: https://www.facebook.com/memoriasdecuritibanos/photos/a.1519402961685210/1552009688424537


ALVES, Sebastião Luiz. Primeiro engenho. Curitibanos Memórias da nossa terra. Portal Facebook. On line, disponível em: https://www.facebook.com/memoriasdecuritibanos/photos/a.2704821289810032/2715350775423750


ALVES, Sebastião Luiz. Hidrelétrica do Salto Pery (1959). Curitibanos Memórias da nossa terra. Portal Facebook. On line, disponível em: https://www.facebook.com/memoriasdecuritibanos/photos/a.1450582395233934/1510086489283524


BUSATO. Domingos José. Curitibanos e Região Hoje — 2ª Ed. Janeiro 1995. , p. 42, Impressora Curitibanense Ltda. — Curitibanos — 1995


MORAES, Aldair Goetten. Apresentação do Autor. Acervo do Museu Histórico Antonio Granemann de Souza


Página pessoal da Genealogia de Euclides José Philippi. On line, disponível em: https://www.familysearch.org/tree/person/details/GSLT-ZRY


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