Artur Buck

Texto de Antonio Carlos Popinhaki

Artur Buck foi um homem de múltiplas facetas, cuja vida esteve profundamente enraizada na comunidade de Curitibanos, Santa Catarina. Nascido em 18 de outubro de 1932, em Florianópolis, era filho de Aniceto Buck e Ernestina Silveira Buck, e teve oito irmãos. Foi batizado um ano após o seu nascimento na igreja do Puríssimo Coração de Maria, da Paróquia Santíssima Trindade, em sua cidade natal.

Sua trajetória educacional começou em Lages, no Colégio São José, onde foi matriculado em 1939, e seguiu em Curitibanos, no Grupo Escolar Arcipreste Paiva, onde há registro de sua matrícula no ano de 1944, para onde sua família se mudou. Foi nessa cidade que Artur construiu sua história.

Na juventude, destacou-se como esportista. Apaixonado por futebol, atuou como goleiro. Em 1952, com 20 anos, jogou pelo Guarani do Marombas e, ainda nesse ano, foi contratado pelo Flamengo Futebol Clube de Curitibanos. Defendeu as cores do clube até 1957, participando de emocionantes partidas no antigo Estádio Municipal Alçapão da Baixada, onde o grande rival era o Independente Atlético Clube.

Além do campo, sua vida comunitária era ativa na Igreja Católica. Participou do grupo de Lareira e do grupo da família, e atuou como palestrante no Grupo de Jovens da paróquia.

Profissionalmente, Artur Buck exerceu por longas décadas (1970 a 2000) a profissão de barbeiro, mantendo seu próprio salão, que se tornou um ponto de referência na cidade. Por longos anos sua tesoura cortou incansavelmente cabelos de uma parcela significativa de curitibanenses. Também fazia a barba e em certo momento, a sua barbearia também foi ponto do famoso jogo de bicho, numa época em que as pessoas apostavam sem receios de estarem fazendo algo de errado. Era comum que, enquanto não chegava a vez, homens confraternizarem e conversarem sobre todos os assuntos do momento, desde política, economia e futebol. Artur também, de vez em quando dava sua opinião sobre esses e outros assuntos. Na metade da tarde, se fazia uma pausa obrigatória para que o profissional tomasse o seu café das 16 horas. Os clientes entendiam e aguardavam esses quinze minutos tão preciosos de uma pessoa tão dedicada e determinada em sua profissão.

Artur foi também sócio do antigo Clube Sete de Setembro de Curitibanos. Clube tradicional de finalidade social fundado em 1924, denominado por seus fundadores de “Clube Sete de Setembro”, em razão da data da sua fundação. Esse clube ficou simplesmente conhecido popularmente como “Clube Sete”. Construído inicialmente, ao redor da Praça da República, no dia sete de setembro de 1924, a sede tornou-se um importante ponto de encontro para os membros do corpo social curitibanense. A “Sociedade Sete de Setembro”, nome originalmente dado pelos fundadores, nasceu de uma reunião de algumas ilustres personalidades do município, que aqui viviam com os seus negócios e que tinham o local como residência fixa. Nesse ambiente de amizade e integração da sociedade curitibanense Artur Buck e sua família desfrutavam das atividades oferecidas cotidianamente aos associados.

Em sua jornada pessoal, casou-se com Zenalde Queiroz Buck, com quem teve cinco filhos. A partir de 1975, encontrou apoio e fortaleza no Grupo de Alcoólicos Anônimos, no qual se manteve frequentador assíduo.

Artur Buck faleceu em Curitibanos, no dia 2 de julho de 2003, deixando a marca de uma vida dedicada ao trabalho, à família, à fé e ao esporte, integrado ao tecido social da cidade que escolheu para viver.

Atualmente, ainda se fala no nome de Artur Buck, o barbeiro ou cabeleireiro de Curitibanos de outrora. Um homem alegre, inteligente e que estava sempre bem informado sobre diversos assuntos daquele cotidiano de outrora, onde tudo acontecia muito rapidamente. Artur Buck deixou muitas saudades, fez muitos amigos e por essa razão deve ser sempre lembrado como uma pessoa que ajudou, a seu modo, a construir a sociedade curitibanense.

Referências para o texto:

Com informações encontradas no acervo do Museu Histórico Antonio Granemann de Souza de Curitibanos elaborado por Rita de Cássia Buck.