terça-feira, 26 de novembro de 2024

José Rauen


Texto de Antonio Carlos Popinhaki


Este é mais um dos personagens que ajudaram diretamente na construção da história de Curitibanos. A sua vida se deu na segunda metade do século XIX e início do século XX. As precárias informações para a composição de uma robusta biografia perderam-se no tempo. O que sabemos é pouco, entretanto, como foi um homem que deixou alguma marca nos pilares do município, relataremos o que se pôde garimpar.

Quando José Rauen nasceu por volta do ano de 1848, em Rio Negro, Paraná, o seu pai, Philipp Rauen, tinha 27 anos e sua mãe, Anna Maria Schmitz, tinha 24 anos. José Rauen, no final do século XIX, mais precisamente em 1892, requisitou terras na região do que viria a ser os municípios de Santa Cecília e Ponte Alta do Norte. Dessa forma, “adquiriu uma área de campo e pastagens sita no atual município de Santa Cecília”. O local ainda pertencia ao território de Curitibanos. O nome da fazenda que pertenceu inicialmente a José Rauen em sociedade com José Goetten, era Fazenda São Jacob. José Rauen foi o pai de Francisco Rauen, proprietário da Fazenda Rio das Pedras, localizada em Ponte Alta do Norte.

Encontramos nos registros de antigos jornais que em 1893, José Rauen ocupou o cargo de Suplente de Juiz de Direito da região de Curitibanos e Campos Novos, onde atuou no caso do assassinato de Fidelis José de Oliveira Preto.

A sua família era de origem germânica e por essa razão, tinham por costume casar-se entre os imigrantes alemães, moradores da região. As principais famílias que se encontravam e que se casavam entre si eram: Granemann, Driessen, Goetten e Rauen.

Assim, José Rauen casou-se com Anna Goetten, filha de Adão Goetten e Anna Bárbara Roth. Do casamento, nasceram pelo menos três filhos que ficaram conhecidos: Francisco, Olimpia e Maria.

José Rauen foi político em Curitibanos, ocupando o cargo de Conselheiro do Poder Legislativo, auxiliando a administração da Superintendência Municipal na gestão do Coronel Francisco Ferreira de Albuquerque, sendo um ativo participante daquele Conselho. Em 31 de outubro de 1903, o Conselho Municipal de Curitibanos promulgou a sua Constituição ou Lei Orgânica, que foi impressa em forma de opúsculo (pequeno livro) e atualmente se encontra no museu de nossa cidade, em forma física e digitalizado. Os Conselheiros que promulgaram a Lei Orgânica foram Faustino José da Costa, que na ocasião era Presidente do Conselho, seguido pelos senhores Diogo Alves Ribeiro, Secretário e Francisco Alves de Assunção Rocha, Macário de Melo Andrade e José Rauen.

No período da Guerra do Contestado, José Rauen ficou conhecido entre os moradores da região que compreendia o município de Curitibanos, como um dos comandantes militares da Guarda Nacional, sendo chamado por muitos como Coronel José Rauen. Em 12 de setembro de 1921, foi criado o Centro Político de Curitibanos sob a orientação do ex-governador do Estado, Dr. Hercílio Luz, onde José Rauen foi citado no texto histórico como coronel e membro integrante do Centro Político. Naquela ocasião, ao tomar posse com os demais correligionários, houve desfile pelas ruas da antiga vila de Curitibanos sob o som de uma banda musical, trazendo, segundo a nota, alegria à população.

José Rauen, que tinha o apelido de Juca Rauen, faleceu em 2 de março de 1924, na sua residência, às 4 horas da madrugada de uma doença chamada arteriosclerose (significando o enrijecimento e a consequente perda de elasticidade da parede arterial). Foi sepultado no cemitério particular da sua fazenda, localizado no mesmo município de Ponte Alta do Norte, antes parte do território de Curitibanos.



Referências para o texto:


Blumenau em Cadernos, 1974, ed. N.º 00014, p. 14.


Secção Livre — Recurso Crime — Jornal do Commercio, Ed. n.º 0033, p. 2.


Centro Político Dr. Hercílio Luz. Jornal de Palhoça, ed. n.º 0001, p. 3.


Portal Familysearch.

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