Francisco Cândido da Cunha foi um homem notável que deixou um legado marcante em Curitibanos. Nasceu em 3 de outubro de 1895, na cidade de Ituporanga, filho de José Vieira da Cunha, funcionário dos correios, e de Esmeraldina Cunha. Ainda jovem, residia em Lages, onde aprendeu a profissão de sapateiro. Em 1922, com 27 anos, mudou-se para Curitibanos, onde se estabeleceu como sapateiro.
Ao iniciar a sua vida profissional, com muito trabalho e determinação conseguiu adquirir propriedades na orla urbana de Curitibanos. Francisco adquiriu uma vasta gleba de terras, que abrangia cerca de 1.750.000 metros quadrados de campos e matas, indo desde o atual Posto São Luiz, no bairro São Luiz, até o arroio da Estância Nova. Na vila de Curitibanos, destacou-se como o único sapateiro da época, sendo reconhecido pela excelente qualidade de seu trabalho. Sua reputação atraiu clientes de diversas regiões, incluindo peões e fazendeiros que encomendavam calçados feitos sob medida. Essa informação é razoável, uma vez que após o incêndio de Curitibanos em 26 de setembro de 1914, muitos profissionais abandonaram a vila.
Sua família também merece destaque neste texto. Francisco era casado com Francisca Sampaio da Cunha, filha de Oliveira Sampaio, membro de uma família pioneira de Curitibanos, Francisco teve nove filhos biológicos: Sulamita, Jucira, Berenice, Edson, Murilo, Everaldo, Valdacy, Nilma e Maria Lourdes. Além disso, criou três filhos adotivos: Enoel, Vanderlei e José Luiz. Este último foi Delegado Regional de Polícia em Curitibanos.
A caridade foi uma das características mais marcantes de Francisco Cândido da Cunha. Nunca se soube de alguém que o procurasse e ficasse desamparado. Fez assim, importantes contribuições à comunidade curitibanense.
Em 1940, vendeu parte de suas terras na vila de Curitibanos ao senhor Lauro Antônio da Costa. Atualmente, essa área abriga as casas da Cohab 2 e o loteamento Nova Alvorada, no bairro São Luiz. Após essa venda, adquiriu 100 alqueires na Fazenda da Forquilha, então propriedade do senhor Didi Almeida. Francisco cultivou essas terras e criou gado até 1960, quando as doou aos filhos e retornou à área urbana de Curitibanos, indo residir no “Potreiro Velho”, também no bairro São Luiz.
As terras da Fazenda da Forquilha hoje pertencem aos descendentes de Renato Farias, adquiridas dos herdeiros de Francisco, que também era conhecido pelo apelido de “Chico Cunha”.
No final da década de 1990, foi constatado que os seus descendentes ultrapassaram 100, entre filhos, netos e bisnetos, aumentando progressivamente conforme os anos avançavam. Muitos dos quais se uniram a famílias tradicionais de Curitibanos, como membros das famílias Bilck, Popinhak, Almeida, Ribeiro, Ceratti, Fontana e Dellagiustina. Francisco viveu em Curitibanos por meio século, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da comunidade.
Como forma de reconhecimento e também para o homenagear, a Câmara Municipal de Vereadores e a Prefeitura Municipal de Curitibanos, por indicação do vereador José Fontana, o Juca Fontana, não o esqueceu. Francisco faleceu em Curitibanos no dia 16 de março de 1968, mas a sua memória permanece viva. Em 9 de dezembro de 1996, por meio da Lei Ordinária Municipal n.º 3136/1996, foi nomeada uma rua na cidade com seu nome, em homenagem ao grande homem que ajudou a construir a história local.
Referências para o texto:
Cartório de Registro Civil de Curitibanos.
Com informações de José Fontana, o Juca Fontana.
Com informações de José Luiz Alves, em texto apresentado para a Câmara Municipal de Vereadores de Curitibanos.
Curitibanos — Lei Ordinária Municipal n.º 3136
Histórico apresentado na Câmara Municipal de Vereadores de Curitibanos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário