Texto de Antonio Carlos Popinhaki
Theresinha Camargo Popinhak, anteriormente conhecida como Theresinha Camargo, nasceu em Curitibanos, Santa Catarina, no dia 2 de novembro de 1935. Era filha de Possidônio Pereira de Camargo e Maria Conceição de Camargo. Seu pai, Possidônio, chegou a Curitibanos no início do século XX, estabelecendo-se na Fazenda da Cadeia, uma propriedade de vastas dimensões. Posteriormente, adquiriu terras nas localidades de Guarda-mor e no antigo distrito de Ponte Alta do Sul. Já no início da década de 1930, Possidônio comprou uma grande extensão de terras nos Cabaçais do Meio, onde fundou a Fazenda Possidônio. Ali, construiu uma casa que se tornou o lar onde a maioria de seus filhos cresceu, incluindo Theresinha.
O nascimento de Theresinha foi repleto de desafios, pois ela veio ao mundo como gêmea de Maria, carinhosamente apelidada de "Mariinha". O parto prematuro, ocorrido com apenas sete meses de gestação, aconteceu em uma época em que as dificuldades da região de Curitibanos em 1935 eram imensas. O único médico da área, o germânico Alfredo Lemser, precisava viajar longas distâncias a cavalo para atender parturientes, dada a ausência de estradas e veículos. Theresinha nasceu extremamente pequena e fragilizada, mas sobreviveu, desafiando as probabilidades. As dificuldades de sobrevivência para essas meninas gêmeas foi de uma dimensão tamanha que "Mariinha" não resistiu. Está sepultada no cemitério de Santa Cruz do Pery.
Quando chegou à idade escolar, Theresinha foi matriculada por seu pai na escola local de Santa Cruz do Pery, onde o professor Olivério Chaves lecionava. Contudo, devido às precárias condições da época, como a necessidade de caminhar longas distâncias sob chuva e frio, muitas vezes descalça, Possidônio decidiu contratar um professor particular, conhecido como “Zeca”, para ensinar os filhos em casa. Ele instruiu as crianças até o quarto ano do ensino primário.
Theresinha teve uma infância marcada por problemas de saúde. Era uma criança doente, e crises de choro frequentemente a deixavam com o rosto escurecido e dificuldades respiratórias, preocupando toda a família. Apesar disso, demonstrava um temperamento forte e enérgico, características que marcaram a sua personalidade. Durante sua juventude, sua beleza chamou a atenção de muitos pretendentes.
Um desses pretendentes foi Antonio Popinhak, um jovem de idade próxima à dela, que certa vez apareceu na Fazenda Possidônio. Aos 21 anos, eles se casaram no dia 14 de setembro de 1957 e foram viver em Curitibanos, onde Antonio era alfaiate. Theresinha ajudava a manter a alfaiataria organizada e acolhedora para os clientes.
Após o casamento, Theresinha enfrentou momentos de tristeza com a perda de seus dois primeiros filhos, Eliseu Camargo Popinhak e Adriana Camargo Popinhak, ambos falecidos pouco após o nascimento. Essas perdas abalaram profundamente o casal. Em 1961, nasceu Antonio César Popinhak, que trouxe alegria e renovou as esperanças de Theresinha e Antonio. Logo veio mais um filho para o casal. A esse, deram o nome de Adrialdo Camargo Popinhak.
Theresinha era descendente de João Pereira de Camargo e Prudência Domingues de Arruda, grandes proprietários de terras nas regiões de São Joaquim, Lages e Curitibanos. Um exemplo do tamanho de suas heranças foi o pinhal da Fazenda da Cadeia, que levou sete anos para ser completamente serrado devido à grandiosidade do porte das araucárias. Caminhões frequentemente transportavam uma única tora de madeira devido ao porte monumental dos troncos.
Apesar de herdar um grande patrimônio, Theresinha não demonstrava interesse em administrar suas riquezas, delegando essa tarefa ao esposo, que expandiu os bens da família. Generosa e de coração bondoso, Theresinha era conhecida por ajudar todos que recorriam a ela, sempre dentro de suas possibilidades. Contudo, uma de suas maiores frustrações foi não ter aprendido a dirigir, o que a deixava dependente de terceiros para se locomover.
Theresinha faleceu no dia 25 de abril de 2017, após anos de saúde debilitada. Foi sepultada no cemitério municipal São Francisco de Assis, em Curitibanos, no mesmo jazigo onde foi sepultado o seu filho Adrialdo, falecido em 2002.
Referências para o texto:
Com informações de Getúlio Pereira de Camargo
Cartório de Registro Civil de Curitibanos.
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