quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Diogo Alves Ribeiro


Texto de Antonio Carlos Popinhaki

Diogo Alves Ribeiro era filho de Leodato Alves da Rocha e Carlota da Silva Muniz. A sua família era composta sabidamente por outros seis irmãos e irmãs. Ele nasceu em 8 de setembro de 1869, na cidade de Lages e faleceu em 14 de maio de 1939, na cidade de Caçador.

Em 9 de janeiro de 1892, quase a totalidade da população curitibanense reuniu-se em frente ao prédio da Intendência Municipal, onde estavam formados dois batalhões de Infantaria e outro de Cavalaria, com cerca de 500 homens. O objetivo era fazer com que o povo aderisse ao governo da Junta governativa de Santa Catarina, uma vez que havia poucos anos desde que a República fora proclamada e os conceitos ideológicos imperiais estava enraizada na mente de todos, afinal, a república era algo novo com quem tinham que lidar, e isso,  para muitos, de início, não foi fácil. O Juiz Bráulio Rômulo Colônia e Marcos Gonçalves de Farias conclamaram ao povo curitibanense, o apoio ao novo governo estadual republicano (Junta Governativa). A tropa de militares estava ali, para assegurar essa fidelidade. No final, fizeram uma Ata da Reunião, postada no Jornal do Commercio, de 26 de janeiro de 1892, onde encontramos que entre os membros da comissão organizadora de Curitibanos, estava Diogo Alves Ribeiro. Esse cidadão foi personagem importante em Curitibanos, como veremos adiante.

Naquele mesmo ano de 1892, no dia 4 de junho, casou-se com Leocádia Maria de Oliveira, filha do Major da Guarda Nacional, Generoso José de Oliveira. A nubente tinha na ocasião, quinze anos, e era natural de Campos Novos.

Em 1902, foi eleito através de eleições republicanas para assumir uma das cadeiras na Câmara de Curitibanos como Conselheiro. Naquela casa, Diogo  assumiu a função de Secretário, sendo um dos responsáveis pela promulgação da Lei Orgânica de Curitibanos, emitida em 31 de outubro de 1903.

Dia 28 de dezembro de 1906, foi nomeado pelo Governador do Estado de Santa Catarina, o coronel Gustavo Richard, para exercer a função de 2º Suplente do Juiz de Direito da Comarca de Curitibanos. Na ocasião, já era Major da Guarda Nacional, conforme relatou o jornal “O Dia” de 11 de janeiro de 1907.

Em 11 de agosto de 1910, na falta do Juiz de Direito da cidade, Diogo Alves Ribeiro, que era o 2º Suplente deste cargo, assumiu a cadeira de Juiz de Direito da Comarca de Curitibanos, conforme divulgado no Jornal “O Dia”, de 18 de dezembro de 1910. Em 22 de outubro de 1910, o então governador do Estado de Santa Catarina, o senhor Vidal José de Oliveira Ramos, o exonerou, a seu pedido, do cargo de 2º Suplente de Juiz de Direito da Comarca de Curitibanos. Em 30 de setembro de 1911 foi nomeado 1º Suplente de Juiz de Direito da Comarca de Curitibanos.

Em 16 de janeiro de 1913, exercendo o cargo de 1º Suplente de Juiz de Direito em exercício, encontramos um texto no Jornal O Dia, atribuído a Diogo Alves Ribeiro sobre a demarcação de terras em Curitibanos.

Em 1920, Diogo Alves Ribeiro fez parte da Comissão Censitária do município de Curitibanos, conforme relatou o “Jornal Republica”, de 14 de agosto de 1920.

Em 1931, fez parte do Diretório Municipal do Partido Liberal Catarinense, juntamente com Euclides Ferreira de Albuquerque, Graciliano Torquato de Almeida e outras pessoas influentes da época.

Na ocasião da sua morte (14 de maio de 1939), encontramos o registro do Cartório de Registro Civil da cidade de Caçador, que apontou a causa da sua morte “nefeli uremia”, uma condição na qual os rins param de filtrar a ureia e outros componentes, resultando no acúmulo dessas substâncias na corrente sanguínea e assim intoxicando o organismo. No registro do cartório diz que ele era viúvo e exercia atividades pecuaristas. 

Diogo Alves Ribeiro foi major da Guarda Nacional, pertencendo ao Estado-Maior do 23º Regimento de Cavalaria, da 12ª Brigada de Cavalaria, comandada pelo Coronel Francisco Ferreira de Albuquerque. No exercício da sua graduação militar, lutou contra os fanáticos na chamada “Guerra Santa de São Sebastião” ou “Guerra do Contestado”, por essa razão, no ataque à vila de Curitibanos, em setembro de 1914, teve a sua casa incendiada pela turba de invasores.

Através da Lei Ordinária nº 536/1963, de 6 de novembro de 1963, o então prefeito Hélio Anjos Ortiz, denominou uma rua da cidade de Curitibanos com o nome de “Rua Diogo Alves Ribeiro”, localizada no bairro Bom Jesus.



Referências para o texto:



Actos Officiaes. Jornal O Dia. Domingo, 1º de outubro de 1911. Ano XI, nº 4933, p. 1.


Atos do Poder Executivo. Jornal O Dia. Florianópolis, sexta-feira, 11 de janeiro de 1907. Ano VII, nº 1763, p. 1.


Atos do Poder Executivo. Jornal O Dia. Florianópolis, domingo, 18 de dezembro de 1910. Ano X, nº 4.709, p. 1. 


Atos do Poder Executivo. Jornal O Dia. Florianópolis, terça-feira, 3 de janeiro de 1911. Ano XI, nº 4.722, p. 1. 


Casamento de Diogo Alves Ribeiro - "Brasil, Santa Catarina, Registro Civil, 1850-1999," database with images, FamilySearch (https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-X369-Y8L?cc=2016197&wc=MXYL-KP6%3A337701401%2C337701402%2C338197401 : 22 May 2014), Curitibanos > Curitibanos > Matrimônios 1890, Maio-1904, Fev > image 42 of 239; cartórios no estado de Santa Catarina (city registration offices), Santa Catarina.


CLOSS,Josette Ivana Almeida. Histórico da Câmara de Vereadores de Curitibanos. 2021.


CURITIBANOS — Lei Ordinária n.º 536/1963, denomina ruas da cidade.


Diogo Alves Ribeiro. Página “Memórias da nossa terra”, on-line, disponível no Facebook.


Editaes. Jornal O Dia. Florianópolis, quinta-feira, 16 de janeiro de 1913. Ano XIII nº 7112, p. 3.


Eleições. Jornal O Imparcial. Lages, 6 de dezembro de 1902. Ano II, nº 77, p. 5.


Lei Orgânica do município de Curitybanos — 31 de outubro de 1903. On-line, disponível em: https://museuhistoricoantoniogranemanndesouza.blogspot.com/2021/06/lei-organica-de-curitybanos-1903.html


Informações de Celso de Almeida Gaudêncio, via Facebook.


Instalações de Comissões Censitárias. Jornal República. Florianópolis, sábado, 14 de agosto de 1920. Ano XV, nº 555, p. 3.


Municípios Serranos, manifestações. Jornal do Commercio. Desterro, terça-feira, 26 de janeiro de 1892.  Ano XII, nº 274, p. 2.


Partido Liberal Catarinense. Jornal A República. Florianópolis, 13 de dezembro de 1931. Ano I, nº 348, p. 1.


Registro de óbito de Diogo Alves Ribeiro. Cartório de Registro Civil da cidade de Caçador. Livro de registro de Óbitos, folha n.º 160v., n.º 360.

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